Agência France-Presse
postado em 10/09/2014 11:11
Paris - O presidente francês, François Hollande, sentiu como "um golpe dado a (sua) vida inteira" as acusações feitas por sua ex-esposa, Valérie Trierweiler, acusando-o de negligenciar os pobres, e disse que elas eram "uma mentira que fere" ao Nouvel Observateur.
"Este ataque sobre os pobres, os menos favorecidos, senti como um golpe dado a minha vida inteira", afirmou à revista. "Em todas as minhas funções, em todos os meus mandamentos, só pensei em ajudar, em representar os que sofrem. Nunca estive do lado dos poderosos, embora não seja seu inimigo, mas sei de onde venho", acrescentou o chefe de Estado.
"Nunca esqueci de onde vim. Meu avô materno, pequeno alfaiate de origem Sabóia, viveu com sua família em um apartamento modesto de dois quartos em Paris. Meu avô paterno era um professor, filho de uma família de camponeses pobres do norte da França. Como poderia negligenciar o ambiente em que tenho as minhas raízes, a minha razão de viver?", questionou, indignado, o chefe de Estado.
Em seu livro "Merci pour ce moment" (Obrigada por este momento), a ex-primeira-dama da França, que se separou em janeiro de Hollande, o retrata como um homem desumano e que desdenha dos pobres.
"Na verdade, ele não gosta de pobres. Ele, um homem de esquerda, fala em particular dos ;sem-dentes;, e tem muito orgulho desta piada", afirma a ex-companheira sentimental de Hollande.
"Sim, conheci pessoas nas piores situações. Tinham dificuldades para tratar os dentes. Isso é o sinal da pior miséria. Essas pessoas, eu frequentava, ajudava, apoiava", declarou Hollande à revista. "Não quero que digam que faço troça da dor social, porque é uma mentira que me dói", acrescentou.