Agência France-Presse
postado em 11/09/2014 22:41
Miami - Uma organização civil entregou nesta quinta-feira, (11/09), em Miami milhares de assinaturas à rede de fast-food Burger King para advertir que, ao transferir suas operações para o Canadá, põe em risco postos de trabalho nos Estados Unidos."Estamos entregando 72.000 assinaturas de cidadãos americanos que estão pedindo à corporação Burger King que não transfira suas operações para o Canadá fugindo dos impostos nos Estados Unidos", disse a jornalistas Carlos Pereira, da organização Democracy for America.
[SAIBAMAIS]O Burger King, com sede em Miami, Flórida (sudeste dos EUA), anunciou no fim de agosto a compra da rede canadense especializada em café Tim Hortons, para criar a terceira maior empresa do setor, que terá sua sede no Canadá. Com a aquisição, a empresa ficará atrás apenas do McDonald;s e da Yum, dona das redes Pizza Hut, Taco Bell e Kentucky Fried Chicken (KFC). O objetivo da operação seria ter uma carga tributária menor.
A estratégia desencadeou fortes críticas em Miami à icônica rede de fast-food americana, adquirida em 2010 pelo fundo de investimentos brasileiro 3G Capital.
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"Isto causaria um grande dano à economia americana. Causaria um grande dano a alguns empregos nos Estados Unidos e, com certeza, não querer pagar os impostos também não é o mais saudável para a nação", disse o representante da organização e ex-pré-candidato presidencial democrata Howard Dean.
Uma porta-voz do Burger King recebeu o documento com as assinaturas e minimizou os temores relacionados à fusão com a Tim Hortons.
"Nós vamos continuar pagando os impostos locais, estaduais e federais como sempre fizemos, junto com nossos franquiados, que são donos de quase 100% de nossos restaurantes, e que continuarão dando empregos aos milhares de empregados que temos de costa a costa", disse Andrea Tejada, diretora de assuntos comunitários do Burger King.
Pereira disse que a transferência do Burger King teria um impacto particularmente forte no sul da Flórida, onde ele faz campanha por um assento na Câmara de Representantes estadual.
Enquanto Washington não descarta uma lei para evitar que as empresas se transfiram para países com menores cargas tributárias, campanhas por um boicote ao Burger King estão sendo feitas nas redes sociais.