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Para mãe de jornalista decapitado, caso do filho era incômodo para EUA

Diane Foley contou em uma entrevista na TV que a família foi advertida de que poderia ser acusada se tentasse arrecadar dinheiro para pagar o resgate do filho

Agência France-Presse
postado em 12/09/2014 07:52
Washington - A mãe do jornalista americano James Foley, executado pelo Estado Islâmico (EI), disse que sentiu que o caso de seu filho havia sido um incômodo para o governo dos Estados Unidos. Diane Foley contou em uma entrevista transmitida na quinta-feira (11/9) pela CNN que sua família foi advertida de que poderia ser acusada se tentasse arrecadar dinheiro para pagar o resgate de seu filho.

A morte de James Foley se tornou pública em 19 de agosto em um vídeo divulgado pelo Estado Islâmico no qual ele é decapitado
Também disseram que não haveria troca de prisioneiros por Foley, e que o governo não realizaria nenhuma ação militar, explicou a mãe. A família recebeu o pedido de não falar com a imprensa e "confiar que tomariam conta do caso". "Como americana, me sentia envergonhada e chocada", disse Foley. "Acredito que nossos esforços para libertar Jim foram um incômodo" para o governo americano, acrescentou. "Não parecia estar em nossos interesses estratégicos".



A morte do repórter freelancer, de 40 anos, se tornou pública no dia 19 de agosto em um vídeo divulgado pelo EI no qual ele aparece sendo decapitado. O EI disse que sua execução era uma resposta aos ataques aéreos dos Estados Unidos contra as posições deste grupo jihadista. Uma semana depois publicaram outra gravação que mostrava a decapitação de outro jornalista americano, Steven Sotloff.

Foley cobriu as guerras de Afeganistão, Líbia e Síria para a AFP ou o GlobalPost, entre outros. Foi capturado por homens armados no norte da Síria em 2012. "Jim teria ficado triste. Jim acreditou até o final que seu país o ajudaria", disse a mãe do repórter. "Nos disseram para confiarmos que seria libertado de alguma forma, de forma milagrosa", disse Foley. "E não foi", completou.

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