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Venezuela chama de 'ingerência' nota dos EUA sobre sistema legal

O comunicado acusa ainda o governo dos Estados Unidos de violar "de maneira sistemática os direitos humanos de sua população e de outros povos do mundo

Agência France-Presse
postado em 12/09/2014 20:23
Caracas - O governo venezuelano acusou nesta sexta-feira os Estados Unidos de "ingerência", após o departamento americano de Estado declarar sua "preocupação com a falta de garantias legais" para dirigentes opositores submetidos a processos na Venezuela.

[SAIBAMAIS]O governo "rejeita categoricamente o comunicado de ingerência emitido pelo departamento de Estado (...) repleto de mentiras e imprecisões que pretendem distorcer, diante da comunidade internacional, a realidade do nosso país".

O comunicado acusa ainda o governo dos Estados Unidos de violar "de maneira sistemática os direitos humanos de sua população e de outros povos do mundo".

Na quinta-feira, Washington expressou sua preocupação com a "falta" de garantias legais para os opositores na Venezuela - entre eles o dirigente Leopoldo López - detidos durante a onda de protestos contra o governo que deixou 43 mortos entre fevereiro e maio. "Os Estados Unidos estão profundamente preocupados com a ausência do devido processo legal e de um julgamento justo para pessoas detidas nos protestos na Venezuela", destacou Marie Harf, porta-voz do departamento de Estado.

Harf ressaltou os casos de López, dos prefeitos opositores Enzo Scarano e Daniel Ceballos, e de cerca de 70 manifestantes que "seguem detidos, alguns por mais de sete meses sem qualquer acusação formal".

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Leopoldo López, líder da oposição que apostou nas manifestações para forçar a saída do presidente Nicolás Maduro, está preso desde fevereiro em uma unidade militar no subúrbio de Caracas, e enfrenta um julgamento por incitar à violência durante os protestos.

Harf criticou ainda "os opacos processos judiciais" que, segundo organizações não governamentais venezuelanas, envolvem mais de 1.700 manifestantes detidos e posteriormente libertados sob medidas cautelares após a onda de protestos.

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