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Familiares de reféns mortos foram alertados contra pagamento de resgate

Segundo uma reportagem do GlobalPost divulgada no fim de agosto, os sequestradores de James Foley haviam pedido um resgate de 100 milhões de euros (132 milhões de dólares)

Agência France-Presse
postado em 13/09/2014 13:24
Washington - Os familiares de dois reféns americanos executados pelo Estado Islâmico afirmaram que a administração do presidente Barack Obama levantou a possibilidade de serem processados se tentassem pagar resgate aos sequestradores.

A possibilidade de um processo judicial foi levantada por um funcionário de alto escalão da Casa Branca encarregado da luta antiterrorista em uma reunião realizada em maio com os pais de Steven Sotloff, indicou o porta-voz da família, Barak Barfi, ao Yahoo News. Contactado pela AFP, ele se recusou a comentar a informação.

A legislação americana proíbe o pagamento de resgate a uma organização considerada terrorista. "Eles se sentiram completamente desenganados com isso", acrescentou Barak Barfi, amigo de Steven Sotloff, em um comunicado enviado ao Yahoo News.

Na quinta-feira, a mãe de James Foley, o outro refém recentemente decapitado pelos jihadistas do EI, havia declarado que sentiu que o caso de seu filho era um incômodo para a administração americana.

Diane Foley contou em uma entrevista transmitida pela rede CNN que sua família foi advertida de que poderia ser processada se tentasse arrecadar dinheiro para pagar o resgate de seu filho.

Também disseram que não haveria troca de prisioneiros por Foley, e que o governo não realizaria nenhuma ação militar, explicou a mãe. A família recebeu o pedido de não falar com a imprensa e "confiar que tomariam conta do caso". Como americana, me sentia envergonhada e chocada", disse Foley.

"Acredito que nossos esforços para libertar Jim foram um incômodo" para o governo americano, acrescentou. "Não parecia estar em nossos interesses estratégicos".

Interrogado a respeito na sexta-feira, o secretário americano de Estado, John Kerry, declarou estar surpreso, afirmando que ignorava a existência de tais advertências.

A Casa Branca havia ordenado recentemente uma operação para libertar os reféns, que mobilizou dezenas de membros das forças especiais na Síria, mas ela fracassou, já que os sequestrados foram transferidos pouco antes a outro lugar.

Segundo uma reportagem do GlobalPost divulgada no fim de agosto, os sequestradores de James Foley haviam pedido um resgate de 100 milhões de euros (132 milhões de dólares).

"O diretor-geral do GlobalPost, Philip Balboni, confirmou que o primeiro resgate exigido pelos sequestradores de James Foley foi de 100 milhões de euros", havia declarado à AFP um porta-voz do site americano. O jornalista trabalhava para esta página informativa quando foi sequestrado em novembro de 2012 na Síria.

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Balboni também disse ter estado em contato, assim como a família de Foley, com os jihadistas do Estado Islâmico (EI), que, segundo ele, a princípio manifestaram a intenção de negociar a libertação do jornalista.

Mas as negociações jamais avançaram e os sequestradores ficaram em silêncio até que a família recebeu uma mensagem anunciando que haviam matado Foley.

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