Washington - O Estado Islâmico (EI) anunciou a decapitação do refém britânico David Haines, em represália à entrada da Grã-Bretanha na coalizão formada para combater o grupo extremista jihadista, revelou neste sábado o centro americano de monitoramento da Internet (SITE).
Em um vídeo publicado na Web, Haines é decapitado por um combatente com o rosto coberto. Se a veracidade da gravação for confirmada, será a terceira execução de um refém ocidental por parte do EI em poucas semanas, após a morte de dois jornalistas americanos na Síria.
"Vocês entraram voluntariamente nesta coalizão com os Estados Unidos contra o Estado Islâmico, como vosso predecessor Tony Blair fez antes de vocês, seguindo uma tendência dos primeiros-ministros britânicos que não têm coragem de dizer não aos americanos", diz o carrasco em mensagem dirigida ao governo de David Cameron.
O homem encapuzado, que parece ser o mesmo carrasco dos jornalistas americanos James Foley e Steven Sotloff, afirma que a aliança contra o EI "acelerará vossa destruição e afundará os cidadãos britânicos em outra guerra sangrenta e perdida".
O carrasco ameaça ainda executar outro refém britânico em poder do EI.
O escocês David Haines, 44 anos, foi sequestrado em março de 2013, quando atuava como voluntário em trabalhos humanitários na Síria.
No início de setembro, o Estado Islâmico divulgou outro vídeo, com a decapitação do jornalista americano Steven Sotloff, quando ameaçou executar Haines.
Sotloff, 31, que usava um uniforme laranja, foi degolado de joelhos no deserto por um combatente encapuzado do EI que utilizou uma faca.
A execução também foi atribuída à ação dos Estados Unidos contra o Estado Islâmico no Iraque e na Síria.
Sotloff se identifica em inglês e com calma explica que paga o preço pela política de Obama. Seu executor também fala em inglês.
"Estou de volta, Obama, e estou de volta por causa de sua arrogante política externa em relação ao Estado Islâmico", afirma o jihadista, em aparente referência a um vídeo anterior no qual o jornalista americano James Foley é executado da mesma forma.
O vídeo do assassinato de Foley foi divulgado em agosto, depois que o presidente Barack Obama ordenou ataques aéreos contra o EI.