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David Haines foi um militar que passou a trabalhar no setor humanitário

O britânico foi decapitado pelo Estado Islâmico

Agência France-Presse
postado em 14/09/2014 11:15
Londres - O britânico David Haines, de 44 anos, decapitado pelo grupo jihadista Estado Islâmico, foi militar e trabalhou em zonas de conflito, antes de se converter em agente humanitário.

Depois de trabalhar para a força aérea britânica, Haines atuou em organizações humanitárias nos Bálcãs ou no Sudão do Sul e, mais recentemente, na Síria.

Dedicado a trabalhos humanitários desde 1999, Haines foi capturado na Síria em março de 2013, durante sua primeira missão para a ONG francesa Acted como responsável logístico do campo de refugiados de Atmeh, perto da fronteira turca.

[SAIBAMAIS]Sua decapitação sucede outras duas em menos de um mês: as dos jornalistas americanos também sequestrados na Síria James Foley e Steven Sotloff.

Seu irmão, Mike Haines, prestou homenagem a "um bom irmão (...) a quem mataram recentemente a sangue frio". "Era e é amado por toda a sua família e sentiremos terrivelmente sua falta", declarou em um comunicado.

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David Haines nasceu em 1970 em Holderness, Yorkshire, no nordeste da Inglaterra, mas se mudou para a Escócia quando era criança e frequentou a escola em Perth.

Trabalhou para a Royal Mail, a empresa de serviço postal do Reino Unido, e depois ingressou na Real Força Aérea (Royal Air Force, RAF) como engenheiro aeronáutico.

Segundo seu curriculum vitae divulgado na internet, como militar Haines trabalhou em "várias posições que envolviam a segurança e a avaliação de ameaças em diversos países".

Quando foi destinado aos Bálcãs, começou a trabalhar de forma intermitente no setor humanitário, quando sua atividade de consultor em temas de segurança deixava tempo para isso.

"Ajudava quem precisava de ajuda, sem levar em conta a raça, as crenças ou a religião", afirmou Mike Haines.

David Haines também criou uma pequena empresa que vendia máquinas que fabricavam sorvetes na Croácia.

Depois de abandonar a RAF, trabalhou por algum tempo para a companhia ferroviária escocesa Scotrail e posteriormente para a organização humanitária alemã Arbeiter-Samariter-Bund (ASB, Confederação de Trabalhadores e Samaritanos da Alemanha), que estava realizando trabalhos de reconstrução após a guerra na Croácia.

Em 2011 atuou na Líbia, após a queda do regime de Muanmar Kadhafi, onde dirigiu uma missão da Handicap International, uma organização que ajuda pessoas com deficiência em situação de pobreza e em zonas de conflito no mundo.

Sua missão era informar a população sobre o risco representado pelas minas e por outros explosivos que haviam sido abandonados pelos combatentes.

No ano seguinte, estava no Sudão do Sul com o grupo americano Nonviolent Peaceforce, que mobiliza civis sem armas cuja função é manter a paz.

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