postado em 16/09/2014 10:08
Embora o número de pessoas atingidas pela fome no mundo tenha diminuído em mais de 100 milhões na última década, cerca de 805 milhões, uma média de um habitante em cada nove, ainda sofrem sem ter o que comer. As conclusões são do novo relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e o Programa Mundial de Alimentos (PMA), divulgado nesta terça-feira (16/9).O texto afirma que o Brasil reduziu à metade a porcentagem de sua população atingida pela fome, cumprindo assim um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), fixados pelas Nações Unidas para 2015. O Programa Fome Zero é destacado no texto, pela conquista da segurança alimentar no centro da agenda do governo.
A tendência geral na redução da fome nos países em desenvolvimento significa que o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM), de reduzir pela metade a proporção de pessoas subnutridas até 2015, é possível, se os esforços adequados e imediatos forem intensificados. Segundo o relatório, até a data da pesquisa, 63 países em desenvolvimento atingiram a meta dos ODM, e mais seis estão no bom caminho para alcançá-la em 2015.
"Esta é a prova de que podemos vencer a guerra contra a fome, que deve inspirar os países a avançar, com o apoio da comunidade internacional, se necessário", escreveram os chefes de FAO, FIDA e PAM, José Graziano da Silva, Kanayo F. Nwanze e Ertharin Cousin, no prefácio do relatório.
Alguns ficam para trás
Apesar dos progressos significativos em geral, o relatório aponta que várias regiões e sub-regiões continuam a ficar para trás. Na África Subsaariana, mais de uma em cada quatro pessoas permanecem cronicamente subnutrida, enquanto a Ásia, região mais populosa do mundo, é também o lar da maioria dos famintos - 526 milhões de pessoas.
América Latina eo Caribe fizeram os maiores avanços globais no aumento da segurança alimentar. Enquanto isso Oceania realizou apenas uma melhoria modesta (queda de 1,7%) na prevalência de desnutrição, que era de 14% entre 2012 e 2014, e realmente viu o número de seu aumento de fome no periodo de 1990 a 1992.
Ações coordenadas
Os líderes das organizacoes salientam a necessidade de renovar o compromisso político de combate à fome, realizando ações mais concretas para reduzir o número de pessoas subnutridas. "A insegurança alimentar e a desnutrição são problemas complexos que não podem ser resolvidos por um setor ou parte interessada sozinhos, mas precisam ser enfrentados de forma coordenada", acrescentou o texto, que pede ainda aos governos que trabalhem em estreita colaboração com o setor privado ea sociedade civil.
Bons exemplos
O relatório deste ano inclui sete estudos de caso - Bolívia, Brasil, Haiti, Indonésia, Madagascar, Malaui e Iémen - que destacam maneiras de os países combaterem a fome. Destacam também como os eventos externos podem influenciar a sua capacidade de entregar em atingir objectivos de segurança alimentar e nutrição. ;Os países foram escolhidos por causa de suas políticas, econômicas - diversidades e diferenças culturais - especialmente no setor agrícola. A Bolívia, por exemplo, criou instituições de envolver uma série de interessados, os povos indígenas particularmente anteriormente marginalizados;.