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Escócia vive últimas horas da campanha para referendo sobre independência

A campanha registrou episódios tensos nos últimos dias. Na terça-feira, independentistas e unionistas participaram de uma briga em Edimburgo

Glasgow - Nacionalistas e unionistas tomaram as ruas da Escócia nesta quarta-feira (17/9) para as últimas horas da campanha, um dia antes do referendo que decidirá sobre o rompimento ou a permanência no Reino Unido depois de 307 anos. As pesquisas apontam uma leve vantagem do "Não", mas com pequena margem, comparada ao número de indecisos.



Além disso, ele deu uma entrevista à rádio BBC, após uma semana de tensão com a emissora pública, que ele acusa de cobertura tendenciosa da campanha, e se declarou seguro da vitória. "Na sexta-feira, quando o "Sim" tiver vencido, e espero que por boa margem, os políticos de Londres cantarão uma canção muito diferente", disse, em uma referência aos acenos do primeiro--ministro David Cameron e os outros líderes aos escoceses.

Os independentistas se reuniram na praça George de Glasgow, onde exibiram seus símbolos diante da estátua do escritor Walter Scott. "Na sexta-feira vou sair e dançar um puco pela cidade para celebrar", disse à AFP um sorridente Frank Evans, eleitor do "Sim", de 62 anos, que compareceu à praça com a filha.

Pequena vantagem do "Não" nas pesquisas


Duas novas pesquisas divulgadas na terça-feira apontam uma pequena vantagem do "Não". De acordo com o instituto ICM, o "Não" tem 45% das intenções de voto, contra 41% do "Sim", com 14% de indecisos. O instituto Opinium mostra um resultado de 49%-45%, com 6% de indecisos. Mas os analistas advertem para a dificuldade de qualquer previsão, pois o índice de participação deve superar 80%, 30 pontos a mais que nas últimas eleições regionais. Além disso, o referendo deve receber os votos de setores da sociedade que normalmente não comparecem às urnas, como os moradores dos subúrbios pobres.

"Todas as previsões sugerem uma participação acima de 80%", disse Mary Pitcaithly, a funcionária que anunciará o resultado oficial na sexta-feira. Os locais de votação abrirão as portas às 6h GMT (3h de Brasília) e os eleitores poderão comparecer até 21h GMT (18h de Brasília). Os resultados devem ser conhecidos no fim da noite ou durante a madrugada. Quase 4,3 milhões de pessoas acima de 16 anos, residentes na Escócia - 97% dos que podem votar -, estrangeiros e britânicos incluídos, se registraram para participar no referendo. "É um acontecimento que provocou o interesse do mundo pela Escócia como nunca antes", afirmou à AFP Magnus Gardham, editor de política do jornal The Herald.