Rodrigo Craveiro
postado em 21/09/2014 06:50
Os nomes Pátria Basca e Liberdade (ETA) e Exército Republicano Irlandês (IRA) ainda provocam calafrios na Espanha, no Reino Unido e em toda a Europa. O sonho de independência do País Basco e da Irlanda do Norte custou milhares de mortes e praticamente se esvaneceu assim que os militantes depuseram as armas. Nos últimos anos, as aspirações secessionistas voltaram a ganhar força no continente, mas a violência deu lugar a demonstrações pacíficas, com viés democrático. Na quinta;feira passada, mais de 2 milhões dos 3,6 milhões de escoceses que foram às urnas rejeitaram a autonomia. No dia seguinte, o Parlamento da Catalunha aprovou uma lei de consulta sobre a soberania, por meio da qual pretende realizar uma votação em 9 de novembro. O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, apressou;se a felicitar a Escócia, que ;escolheu entre segregação e integração, entre isolamento e abertura, entre a estabilidade e incerteza, entre segurança e risco certo;.Bélgica e Itália também convivem com o medo da fragmentação territorial, temor que contaminou toda a União Europeia (UE). Enquanto os escoceses votavam, o presidente francês, François Hollande, fazia um alerta catastrófico: ;Se o projeto europeu se diluir, estará aberto o caminho para o egoísmo, o populismo e o separatismo;. Para Guillaume Van der Loo, pesquisador do Fundo de Pesquisas Especiais do Instituto de Direito Europeu da Universidade de Gante (Bélgica), a derrota dos secessionistas na Escócia deve surtir pouco impacto sobre outros partidos regionalistas. ;Os países da UE com regiões aspirantes à independência ficaram especialmente aliviados com o resultado;, disse ao Correio, por e;mail. ;Mas isso não significa que os movimentos políticos vão recuar.;
O advogado catalão Andreu Vàzquez i Romero, 42 anos, não vai abrir mão do direito de votar pela autonomia. Militante do partido Unió Democràtica de Catalunya e morador de Lleida, a 173km de Barcelona, ele enumera suas razões para lutar pela separação. ;Nós desejamos a independência por vários motivos, incluindo históricos, culturais e econômicos. A Catalunha tem um idioma diferente, além de tradições distintas. Essa disparidade é reclamada e constatada desde três séculos atrás, quando perdemos as nossas liberdades;, comentou. De acordo com ele, os catalães sofrem com os efeitos de um grave espólio fiscal. ;A cada ano, 16 bilhões de euros saem dos impostos dos catalães, e o governo espanhol não os retorna em forma de investimentos na região.;
A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.