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Ucrânia exige respeito da trégua antes da criação de zona desmilitarizada

Os separatistas pró-Rússia e Kiev assinaram na madrugada de sábado um memorando de nove pontos, que pretende restaurar a paz nas regiões separatistas de Donetsk e Lugansk

Agência France-Presse
postado em 21/09/2014 09:34
Kiev - O exército ucraniano anunciou neste domingo (21/9) que a criação de uma zona desmilitarizada de 30 km nos dois lados da linha de frente será possível apenas quando existir um cessar-fogo total nas regiões controladas pelos separatistas pró-Rússia do leste do país.

"Um dos principais pontos (do acordo assinado sábado em Minsk, capital de Belarus) envolve o cessar-fogo e somente depois estão os outros pontos", afirmou o porta-voz do exército ucraniano, Andrii Lyssenko.

Entre os pontos seguintes está a criação da zona desmilitarizada.

"Enquanto não for cumprido o primeiro ponto, não podemos falar dos seguintes", disse durante uma entrevista coletiva.

Os separatistas pró-Rússia e Kiev assinaram na madrugada de sábado um memorando de nove pontos, que pretende restaurar a paz nas regiões separatistas de Donetsk e Lugansk.

O texto prevê a aplicação simultânea de vários dispositivos como a criação de uma zona desmilitarizada na linha de frente (estabelecida em 19 de setembro), assim como a proibição do uso das armas de calibre superior a 100 milímetros nas zonas habitadas, entre outros.



Mas as declarações do porta-voz militar indicam que o exército não tem, ao menos no momento, a intenção de respeitar o plano assinado em Minsk.

Ao falar sobre o aeroporto de Donetsk, controlado pelos militares mas atacado com frequência pelos separatistas, Lysenko destacou uma saída "simultânea" das tropas ucranianas e das forças separatistas.

Desde a assinatura em 5 de setembro, também em Minsk, de um protocolo de cessar-fogo, 37 pessoas morreram no país. O memorando de 20 de setembro pretende reforçar o primeiro acordo, que pretende acabar com um conflito que provocou 2.900 mortes em cinco meses.

De acordo com o governo da Ucrânia, dois soldados morreram em combates no leste do país desde a assinatura do memorando no sábado.

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