Agência France-Presse
postado em 22/09/2014 08:25
Hong Kong - Milhares de estudantes pretendem faltar as aulas entre segunda-feira (22/9) e sexta-feira em Hong Kong (26/9) para protestar contra a decisão de Pequim de limitar o alcance do voto universal na ex-colônia britânica. A China, que recuperou Hong Kong em 1997, anunciou em agosto que o futuro chefe do Executivo local será eleito por sufrágio universal a partir de 2017, mas que apenas dois ou três candidatos selecionados por um comitê poderão disputar a votação.Uma coalizão de movimentos pró-democracia, liderada pelo grupo Occupy Central, organiza uma campanha desde então para denunciar o que muitos cidadãos do território consideram um controle cada vez maior de Pequim sobre as questões locais. Mesmo sem esperanças de sucesso, os militantes, estudantes, funcionários públicos, sindicalistas, parlamentares e cidadãos anônimos, prometeram uma "era de desobediência civil" para tentar influenciar a posição da China.
Milhares de estudantes de 25 universidades e escolas de Hong Kong devem faltar as aulas durante a semana. Desta forma esperam fortalecer o movimento democrático, apesar do líderes da campanha terem reconhecido recentemente que não existe a probabilidade de obter um recuo da China.
De acordo com uma pesquisa recente, mais de 20% dos moradores de Hong Kong estariam dispostos a emigrar, enquanto aumenta o pessimismo sobre a independência política da ex-colônia britânica. Na pesquisa, realizada pela Universidade Chinesa de Hong Kong, em uma escala de 0 a 10, com 0 para "extremamente pessimista", a média das respostas recebeu nota 4,22.