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EUA e aliados atacam pela primeira vez posições do Estado Islâmico na Síria

Esta é a primeira intervenção de Washington e aliados desde março de 2011 na Síria

Damasco - Os Estados Unidos e seus aliados árabes realizaram bombardeios aéreos contra posições do grupo Estado Islâmico (EI) na Síria, o que abre uma nova frente de combate contra a organização jihadista. Também atacaram posições da Frente Al-Nosra, o braço sírio da Al-Qaeda, ao oeste da província de Aleppo, e mataram pelo menos 30 combatentes e oito civis, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).



Os bombardeios tiveram como alvos principalmente as posições do EI na província de Raqa (norte da Síria), reduto do grupo jihadista, e objetivos ao leste, na fronteira com o Iraque. A oposição manifestou apoio aos bombardeios. "Esta noite, a comunidade internacional se uniu à nossa luta contra o Estado Islâmico no Iraque e Levante na Síria", afirmou o presidente da Coalizão Nacional Síria (CNS), Hadi al Bahra, que usou o nome anterior do grupo.

Os bombardeios aconteceram no momento em que o EI está em uma ofensiva para tentar controlar a cidade estratégica de Ain al-Arab (Kobaneh, em kurdo), na região curda da Síria. Nos últimos dias, o Estado Islâmico assumiu o controle de 60 localidades da região de Kobaneh, o que provocou a fuga de mais de 130 mil curdos sírios para a Turquia. Na outra frente do conflito sírio, o exército israelense anunciou que derrubou nesta terça-feira um avião sírio, ao que parece um MIG-21, que havia se aproximado da linha de demarcação nas colinas de Golã.

Os destroços do aeronave caíram na parte síria de Golã. O ministro da Defesa de Israel, Moshe Yaalon, afirmou que o país pretende reagir com força contra qualquer ameaça. O ataque às posições do EI na Síria representa uma nova fase da guerra dos Estados Unidos contra a organização, que teve início em 8 de agosto, data dos primeiros bombardeios no Iraque. A decisão de atacar em território sírio foi tomada pelo diretor do Comando Central dos Estados Unidos, general Lloyd Austin, após uma autorização condedida pelo comandante-em-chefe, o presidente Barack Obama, destacou Kirby.

Na segunda-feira, o EI divulgou um apelo aos muçulmanos no qual pedia a morte de cidadãos dos países que integram a coalizão internacional contra a jihad, em particular Estados Unidos e França. Um grupo jihadista argelino vinculado ao EI reivindicou o sequestro de um francês na Argélia e ameaçou matar refém, caso a França continue participando nos ataques no Iraque. O primeiro-ministro francês Manuel Valls afirmou que o governo não terá nenhuma discussão ou negociação com os sequestradores.