Agência France-Presse
postado em 23/09/2014 19:32
O número e a profundidade das crises no mundo atual não têm precedentes desde a II Guerra Mundial e as organizações de ajuda em breve não conseguirão reagir a elas, advertiu nesta terça-feira (23/9) a comissária europeia para Ajuda Humanitária, Kristalina Georgieva."Hoje, temos um nível de crise no mundo maior do que nunca desde a Segunda Guerra Mundial, e a principal razão para esta situação é que reagimos quando já é tarde demais", disse Georgieva durante uma entrevista coletiva à imprensa durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York.
"É preciso prestar mais atenção à prevenção e à resolução dos conflitos. Devemos agir antes que as guerras cheguem a um ponto culminante", acrescentou. "Caso contrário, não estaremos mais em condições de administrar as consequências das crises humanitárias geradas pelos conflitos", advertiu.
A comunidade internacional gasta cada vez mais dinheiro em ajuda humanitária -17 bilhões de dólares em 2014, contra 2 bilhões em 2000-, destacou Georgieva, que também lembrou que 450 trabalhadores humanitários morreram, foram feridos ou sequestrados em 2013.
"Estamos quase sem respostas, não porque não haja dinheiro, não porque não haja pessoas dispostas a arriscar suas vidas, mas porque as necessidades aumentam mais rápido do que nossa capacidade de responder a elas", afirmou.
A crise humanitária no Iraque e na Síria se agravou dramaticamente nos últimos meses, ressaltou. "Vemos no Iraque deslocamentos populacionais em uma escala que supera a capacidade de resposta da comunidade humanitária", alertou Georgieva.