Agência France-Presse
postado em 24/09/2014 13:21
Paris - A França continuará seus bombardeios no Iraque até que o exército iraquiano recupere o controle da situação frente ao grupo Estado Islâmico (EI), declarou nesta quarta-feira (24/9) o primeiro-ministro Manuel Valls ante a Assembleia Nacional (câmara baixa do Parlamento).O primeiro-ministro falou no âmbito de um debate parlamentar sem votação sobre a intervenção da França no Iraque.
"Seguiremos envolvidos pelo tempo que for necessário, até que o exército iraquiano tenha recuperado a superioridade" frente ao EI, disse Valls, estimando que "um risco mortal se espalha no Oriente Médio".
"Apesar da gravidade da situação, não cederemos a nenhuma chantagem, a nenhuma pressão, a nenhum ultimato" e "seguiremos dando nosso apoio às autoridades iraquianas", havia declarado na véspera em Nova York o presidente François Hollande.
Nesta posição, reiterada na terça-feira pelo primeiro-ministro, o governo francês conta com o apoio da maioria dos setores políticos do país.
Perante os deputados, o primeiro-ministro declarou que, diferentemente dos Estados Unidos, que realizam bombardeios também na Síria, a França optou por se concentrar no Iraque
O presidente sírio, Bashar al-Asad, "não pode ser em absoluto um sócio na luta" contra o EI, acrescentou
Neste contexto, o grupo ligado ao Estado Islâmico que sequestrou no domingo um francês na Argélia divulgou nesta quarta-feira um vídeo intitulado "Mensagem de sangue ao governo francês", mostrando a sua decapitação.
Este grupo, Jund al-Khilafa, havia ameaçado na segunda-feira matar Hervé Gourdel, um guia de montanha de 55 anos, caso a França continuasse com seus ataques aéreos no Iraque, um ultimato rejeitado na terça-feira por Hollande.