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Presidente ucraniano solicitará entrada na União Europeia em 2020

Ucrânia e UE ratificaram em 16 de setembro um Acordo de Associação, que confirma a vontade de Kiev de estreitar os laços com os ocidentais e afastar-se da Rússia

Agência France-Presse
postado em 25/09/2014 08:49
Kiev - O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, autorizou nesta quinta-feira o governo a fechar temporariamente a fronteira do país com a Rússia para deter a "interferência" de Moscou nos assuntos nacionais e anunciou que solicitará a adesão à União Europeia (UE) em 2020.

[SAIBAMAIS]Durante uma reunião com juízes ucranianos, Poroshenko afirmou que apresentará a "Estratégia 2020", que prevê 60 reformas e programas sociais da Ucrânia para solicitar a entrada na UE dentro de seis anos, segundo o gabinete da presidência.

Ele também pediu ao governo que renuncie oficialmente aos status de país não alinhado, o que abriria o caminho para uma eventual entrada na Otan.

O Parlamentos ucraniano e europeu ratificaram na semana passada o Acordo de Associação que Kiev e UE assinaram em junho.

Mas no bloco, poucos falam de maneira séria sobre a possível adesão da Ucrânia à UE, em um momento de divisão sobre a entrada da Turquia e de novos países da Europa central.

Ao mesmo tempo, um decreto publicado no site da presidência autoriza o governo a "determinar o fechamento temporário dos postos de controle na fronteira da Ucrânia com a Federação da Rússia ao tráfego de veículos, marítimo e de pedestres".



O texto afirma que a publicação do decreto esta "relacionada com a contínua interferência da Federação da Rússia nos assuntos internos da Ucrânia".

Os anúncios evidenciam o distanciamento da Ucrânia de um aliado histórico, depois da destituição em fevereiro do presidente ucraniano pró-Rússia Viktor Yanukovytch e da anexação da península da Crimeia por Moscou e março, o que provocou o início dos combates entre as tropas ucranianas e os insurgentes pró-Rússia.

Mas o fechamento das fronteiras também ameaça prejudicar ainda mais a economia ucraniana, ao impedir o comércio entre duas nações mutuamente dependentes e aumentar o risco de medidas de represália da Rússia.

Moscou ainda não reagiu à decisão Poroshenko. Kiev e as potências ocidentais acusam Moscou de enviar tropas e armamentos à Ucrânia para apoiar os separatistas, o que a Rússia nega.

Uma fonte das forças de segurança afirmou à AFP que o fechamento das fronteiras pretende evitar que "agentes subversivos" russos entrem em território ucraniano de carro, além de limitar as entradas em seu território aos trens e aviões.

"Será mais difícil entrar com explosivos e armas na Ucrânia", disse a mesma fonte.

"A Ucrânia fechou postos de controle que estão sob ataque dos rebeldes há algum tempo, mas o restante da fronteira entre Ucrânia e Rússia continua operando como antes", disse Andri Kucherov, porta-voz da unidade de fronteira ucraniana.

O decreto de Poroshenko foi publicado horas depois de um discurso do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, na ONU com denúncias sobre a "agressão" da Rússia ao país vizinho.

Mas o presidente americano ofereceu suspender as sanções econômicas contra Moscou se o governo russo apoiar o acordo de paz com Kiev para acabar com os combates que deixaram mais de 3.200 mortos.

O acordo parece em ponto crítico, depois que os insurgentes rejeitaram a oferta de Kiev de "status especial" para as regiões separatistas. Os rebeldes anunciaram a intenção de boicotar as eleições de 26 de outubro e de organizar uma votação própria em 2 de novembro.

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