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Air France espera pôr fim à pior greve da companhia que já dura 11 dias

Segundo uma fonte sindical, a direção da Air France anunciou no comitê central da empresa, reunido nesta quinta-feira (25/9), que o projeto Transavia Europe havia sido "definitivamente abandonado"

Agência France-Presse
postado em 25/09/2014 15:56
A direção da Air France espera pôr fim nesta quinta-feira (25/9) a uma greve de 11 dias depois de anunciar o cancelamento definitivo do projeto de expansão da filial de baixo custo Transavia, principal reivindicação dos pilotos grevistas. Esta já é a mais longa greve de pilotos de Air France. O recorde anterior, de 10 dias, data de 1998.

Segundo uma fonte sindical, a direção da Air France anunciou no comitê central da empresa, reunido nesta quinta-feira, que o projeto Transavia Europe havia sido "definitivamente abandonado". Na quarta-feira à noite, a direção já tinha informado em um comunicado a retirada do projeto, confiando no "retorno imediato" das atividades. Os pilotos da Air France, contudo, se mantêm em greve "por enquanto", conforme informou o principal sindicato dos pilotos.

O sindicato SNPL fez "uma contra-proposta", que está "sendo atualmente estudada pela direção", disse à AFP o porta-voz Guillaume Schmid. "O movimento continua por enquanto", acrescentou. As negociações foram retomadas na tarde de quinta-feira, comunicou o porta-voz sindical, afirmando que "ambas as partes desejam resolver esta situação o quanto antes".

Os sindicatos protestaram contra este projeto de expandir a filial de baixo custo da Air France, a Transavia Europe, temendo que os empregos franceses fossem "transferidos" para outros países. O governo francês, que possui 16% do capital da Air France, pediu o fim da greve nesta quinta-feira pela manhã.

"Esta greve deve acabar agora", disse Stéphane Le Foll, porta-voz do governo, à rádio francesa Classique. A companhia francesa, a segunda maior empresa de transporte aéreo da Europa, atrás apenas da alemã Lufthansa, estima que a greve tenha causado um prejuízo de entre 15 e 20 milhões de euros por dia.

Situação inalterada

À espera de negociações entre os sindicatos de pilotos e a direção da Air France, cerca da metade dos voos nacionais (47%) foram realizados pela companhia nesta quinta-feira (25/9). "A situação é a mesma em relação à véspera nos aeroportos parisienses", disse uma fonte aeroportuária contactada na quinta-feira de manhã pela AFP. No aeroporto Roissy-Charles de Gaulle, "40% dos voos da Air France serão cancelados", informou.

Por outro lado, por uma coincidência de datas, será avaliado pelo comitê da empresa nesta quinta-feira o projeto "Perform 2020", centrado no desenvolvimento da filial de baixo custo da Air France-KLM. A direção apresentará na reunião os detalhes do plano, anunciado neste verão europeu.



A companhia aérea franco-holandesa quer se expandir no mercado de voos de baixo custo e captar as "oportunidades de crescimento" que esse segmento pode oferecer. Já os pilotos de Air France temem que o plano de expansão da filial baixo custo Transavia na Europa venha acompanhado de demissões, à medida que a empresa aumente suas bases fora da França e contrate pilotos em outros países e com outras condições trabalhistas.

Em agosto, a direção da Air France garantiu aos seus empregados que a próxima reformulação de sua rede de curto e médio alcance não causaria "nenhuma transferência" de pessoal, de contratos de trabalho ou de aviões. Essas promessas não parecem ter convencido os pilotos.

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