Agência France-Presse
postado em 26/09/2014 10:14
Entre 80 e 100 civis e membros das forças de segurança afegãs morreram, 12 deles decapitados, em uma ofensiva dos talibãs, a poucos meses da retirada das forças da Otan do país, informaram nesta sexta-feira (26/9) as autoridades.Durante o verão, os talibãs avançaram em várias províncias afegãs, aproveitando a crise política em Cabul pelos resultados da eleição presidencial de 14 de junho.
A última série de ataques dos insurgentes se concentrou no distrito de Ajristan, na província de Ghazni (leste do país), depois das ofensivas nas províncias de Helmand, Kandahar e Logar. "Os insurgentes decapitaram 12 civis em quatro localidades", afirmou à AFP o vice-governador da província de Ghazni, Mohamad Ali Ahmadi.
[SAIBAMAIS]"Não temos um balanço detalhado, mas acreditamos que entre 80 e 100 pessoas morreram na última semana nesta ofensiva", completou.
De acordo com Ahmadi, centenas de talibãs participaram nos combates contra as forças afegãs. "Atualmente, a situação é realmente crítica neste distrito. O governo central nos disse que enviou reforços", explicou Ahmadi. O vice-comandante de polícia de Ghazni, Asadullah Ensafi, confirmou o balanço.
A ofensiva aconteceu em um momento de transição política, com o anúncio no início da semana da vitória do economista Ashraf Ghani na eleição presidencial de junho e a formação de um governo de união nacional com o rival Abdullah Abdullah, que denunciou fraudes na votação.
O futuro governo herdará a tarefa árdua de estabilizar o país ao fim da missão da Força da Otan (Isaf). A Isaf, com 41 mil soldados, pretende retirar todas as tropas de combate do país até o fim do ano, depois de 13 anos de presença que não conseguiram acabar com a rebelião dos talibãs. A Otan deve manter uma força de 12 mil militares no país para treinar e apoiar as tropas locais no combate aos insurgentes.