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Reino Unido se unirá aos bombardeios contra o Estado Islâmico

Os deputados deram autorização por 524 votos a favor e 43 contra

Agência France-Presse
postado em 26/09/2014 15:09
Londres- O Reino Unido se somará à ofensiva aérea contra o Estado Islâmico no Iraque depois de receber nesta sexta-feira permissão do Parlamento, num momento em que os bombardeios obrigaram os jihadistas a parar de extrair petróleo.

Os deputados deram autorização por 524 votos a favor e 43 contra. Se Cameron quiser estender a campanha à Síria, como fez Washington, precisará voltar ao Parlamento (Bagdá pediu a vários governos estrangeiros esta ajuda, diferentemente de Damasco). "Trata-se de uma missão que vai durar não apenas meses, e sim anos, mas acredito que temos que estar preparados para este compromisso", disse Cameron aos deputados.

O líder da oposição trabalhista, Ed Miliband, deu seu apoio ao governo, mas disse que será preciso algo além de bombardeios. "Temos que aprender as lições do passado e ser claros com os britânicos, isso significa dispor de uma estratégia global, humanitária e política, além de militar", sustentou Miliband. Um deputado trabalhista, Rushanara Ali, renunciou em protesto pelo apoio de seu grupo.

Primeiros resultados

O Estado Islâmico suspendeu a extração de petróleo nos seis campos que controla em Deir Ezzor, no leste da Síria, por medo de bombardeios americanos, ficando sem uma importante fonte de renda, informaram nesta sexta-feira habitantes da zona.

A Turquia, por sua vez, deu a entender que pode se unir à coalizão militar liderada pelos Estados Unidos que realiza estes bombardeios na Síria e no Iraque. "A extração do petróleo parou devido à situação de insegurança. Todos os campos estão parados com exceção do de Coneco, que fornece o gás necessário para o fornecimento elétrico de seis províncias", afirmou à AFP Leith al-Deiri, que vive na cidade de Deir Ezzor.

"A extração nos campos foi suspensa temporariamente. Não há intermediários nem clientes que se dirijam aos campos porque têm medo dos bombardeios", disse Rayan al-Furati, que deixou Deir Ezzor há dez dias, mas segue em contato com os habitantes da província.

"Antes havia muita gente e era preciso esperar quatro dias para ser atendido de tão forte que era a demanda", acrescentou, ressaltando que "nenhum dos campos sofreu danos porque os ataques da coalizão se concentraram nas refinarias".

Desde julho, o EI controla a maioria da província petrolífera de Deir Ezzor e a maior parte dos campos petrolíferos da região, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), uma ONG com sede na Grã-Bretanha. O EI produz mais petróleo que o governo sírio. O ministério do Petróleo sírio estima que os jihadistas extraem 80.000 barris diários, enquanto a produção governamental caiu a 17.000 barris diários. Valérie Marcel, uma pesquisadora associada ao instituo Chatham House de Londres, afirma que o EI só produz 50.000 barris diários no Iraque e na Síria.

Mais países na coalizão

O Reino Unido não foi o único a anunciar sua participação na campanha americana. Holanda, Bélgica e Dinamarca colocaram a disposição da coalizão aviões de combate F-16, enquanto Austrália e Grécia anunciaram a entrega de material militar aos combatentes curdos no Iraque.



Já o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou nesta sexta-feira que a posição de seu país sobre a luta contra o EI havia mudado após a libertação de um grupo de reféns turcos, dando a entender que poderia se unir à coalizão militar internacional contra o grupo jihadista.

Na fronteira da Turquia com a Síria, centenas de curdos derrubaram a cerca que separa os dois países e entraram em território sírio com o objetivo de se unir às forças curdas que enfrentam os jihadistas, constatou a AFP.

Segundo os serviços secretos americanos, mais de 15.000 combatentes de mais de 80 países diferentes se uniram às fileiras dos grupos jihadistas no Iraque e na Síria.

Neste sentido, o Conselho de Segurança das Nações Unidas convocou na quarta-feira os Estados, que temem atentados no retorno destes combatentes ao seu território, a impedir seus cidadãos de se inscrever nestes grupos extremistas.

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