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Forças Armadas Revolucionárias pedem "perdão político e social"

Em Havana, a guerrilha comunista cria políticas nacionais para superar a violência no país e favorecer a reconciliação nacional

Agência France-Presse
postado em 27/09/2014 15:15

Havana - A guerrilha comunista das Farc propôs neste sábado criar "políticas nacionais" para promover o "perdão social e político" na Colômbia, como uma "condição inevitável" para superar a violência no país e favorecer a reconciliação nacional.

"O perdão é uma condição inevitável para o nascimento de uma nova Colômbia, pois rompe a lógica da vingança, do ressentimento e do castigo, dando a oportunidade para a superação da violência", disse o negociador da guerrilha Sergio Ibáñez. Antes de iniciar uma nova rodada de negociações de paz com o governo colombiano em Havana, Ibáñez ressaltou que "o perdão tem essa força inestimável de liberar o presente e o futuro da carga imposta pelos atos do passado", uma vez que favorece o processo de "reconciliação nacional".




A Farc propôs então a criação de "demonstrações públicas de perdão social e político" por todo o país, e que sejam aplicadas "políticas nacionais" que promovam esse sentimento, ressaltando que este "só pode ser concedido pelas vítimas do conflito e pelo conjunto da sociedade".

A convocatória se encontra em uma das três propostas -em um total de dez- apresentadas pelo grupo guerrilheiro neste sábado à imprensa. Todas as propostas buscam garantir os direitos das vítimas do conflito armado colombiano que começou em 1964. As sete propostas restantes foram anunciadas no início deste mês em Havana pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Dados oficiais apontam que o conflito armado que envolve as guerrilhas de esquerda, paramilitares de direita e agentes do Estado deixou aproximadamente 220 mil mortos e 5,3 milhões de deslocados em mais de 50 anos.

Desde o início das negociações de paz, em novembro de 2012, as partes chegaram ao consenso sobre três dos seis pontos da agenda: reforma rural (maio de 2013), participação política (novembro de 2013) e drogas ilícitas (maio de 2014).

Além da atenção às vítimas, atualmente em discussão, estão pendentes os temas de abandono das armas pelas Farc e o mecanismo para referendar um eventual acordo de paz.

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