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Governo turco considera entrar na campanha contra os jihadistas

Pressionado pelo avanço nas regiões fronteiriças da Síria e do Iraque, o governo de Ancara dá sinais de que entrará na campanha internacional liderada pelos EUA. Porém, com um olho na movimentação dos separatistas curdos

postado em 28/09/2014 08:07
Militantes curdos rompem a fronteira a partir da Turquia e tomam o rumo da Síria, para combater os extremistas: pressão múltipla sobre Ancara
Depois de ter se mantido inicialmente à margem da coalizão internacional de combate ao grupo extremista Estado Islâmico, o governo turco já considera participar de forma mais ativa dos esforços contra os jihadistas. Ao retornar de Nova York, onde esteve para a Assembleia Geral das Nações Unidas, na semana passada, o presidente Recep Tayyip Erdogan afirmou que pedirá ao parlamento autorização para agir militarmente contra o EI. O envolvimento direto na ofensiva antiterrorismo, porém, levanta preocupações sobre a possível expansão da crise para o território turco, além da constante preocupação com a demanda separatista dos curdos.

Embora seja um dos principais aliados de Washington na região e o membro da Otan geograficamente mais próximo à zona de conflito, o governo de Ancara relutou em aderir à ofensiva internacional. A movimentação cautelosa, precedida pelo apoio a facções rebeldes sírias no conflito com o regime de Bashar Al-Assad, motivou acusações sobre o real compromisso da Turquia com o combate aos extremistas. Erdogan, porém, justificou a aparente inércia em nome da necessidade de proteger 46 cidadãos turcos sequestrados pelo EI em Mossul, no Iraque.

A mudança de posição tomou forma uma semana depois da libertação dos reféns. F. Gregory Gause III, especialista em Oriente Médio e chefe do Departamento de Relações Internacionais da Universidade do Texas A, avalia que Ancara tem agora condições para responder ao EI com mais agressividade, mas ressalta uma série de questões que podem restringir a ação de Erdogan. ;Não tenho certeza de que veremos militares turcos na Síria ou no Iraque, mas é possível que a Turquia abra a base da Otan (Inçirlik) para os bombardeios americanos;, opina.

Gause observa que o presidente turco continua comprometido com o apoio aos rebeldes que combatem Al-Assad. Ele acredita que esse suporte deva se manter, apesar do risco de benefício colateral aos jihadistas. ;A Turquia permitiu o trânsito de indivíduos e de dinheiro e ofereceu refúgio a rebeldes. Isso não deve ser encerrado;, ressalta.

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