Agência France-Presse
postado em 28/09/2014 11:42
Argel - Os cinco colegas argelinos do refém francês decapitado permaneceram retidos pelo grupo jihadista Jund al-Khilafa por 14 horas antes de serem libertados sem Hervé Gourdel, informou neste domingo um deles.Os islamitas "nos sequestraram quando estávamos de carro com Hervé Gourdel. Éramos cinco argelinos mais ele. Ficamos detidos por 14 horas", relatou este estudante de 21 anos. O jovem não quis se identificar nem dar outros detalhes sobre o sequestro.
Ele e os outros quatro argelinos foram libertados no início deste fim de semana após seis dias sob custódia na sede da polícia em Bouira (120 km a leste de Argel).
Em sua conta no Facebook, o estudante prestou homenagem a Hervé Gourdel, um guia de montanha de 55 anos. "Obrigado Hervé por tudo o que me ensinou, sua bondade, seus conselhos, sua amizade. Vou seguir seus passos. Descanse em paz Inshallah (se Deus quiser)", escreveu.
Após serem liberados por seus captores, os cinco homens se dirigiram aos serviços de segurança. Colocados sob custódia, foram apresentados a um juiz de instrução por violação da legislação sobre os estrangeiros e colocados sob supervisão judicial. "Nós não fomos acusados de cumplicidade (com os sequestradores), mas de ter hospedando um estrangeiro sem declará-lo", disse o estudante.
Uma lei de junho de 2008 sobre a entrada, permanência e circulação de estrangeiros na Argélia afirma que "qualquer profissional ou pessoa comum que hospedar um estrangeiro, a qualquer título, é obrigado a fazer uma declaração à polícia num prazo de 24 horas".
[SAIBAMAIS]
Os investigadores procuraram compreender em quais circunstâncias os cinco argelinos encontraram o francês e o levaram a fazer uma caminhada no parque nacional Djurdjuran, uma área conhecida por abrigar grupos islâmicos armados.
Hervé Gourdel foi decapitado pelo grupo Jund al-Khilafa, ligado ao grupo Estado Islâmico, em retaliação pelo envolvimento da França na campanha de ataques aéreos americana no Iraque. Seu corpo ainda não foi encontrado, seis dias após o anúncio de sua decapitação.