Agência France-Presse
postado em 28/09/2014 14:30
Washington - O presidente dos EUA, Barack Obama, admitiu neste domingo que os Estados Unidos subestimaram a oportunidade que uma Síria em conflito oferece aos combatentes jihadistas na hora de se reagrupar e reaparecer repentinamente em cena.Obama disse à rede CBS que os ex-combatentes da Al-Qaeda expulsos do Iraque pelos Estados Unidos e tropas locais puderam se reunir na Síria e integrar o grupo Estado Islâmico.
Uma coalizão de aliados ocidentais e árabes liderados pelos Estados Unidos iniciou uma campanha para combater o grupo, atacando alvos no Iraque e na Síria, que Obama descreveu como "marco zero para os jihadistas de todo o mundo". "Acredito que nosso chefe da comunidade de inteligência, Jim Clapper, sabe que subestimaram o que está acontecendo na Síria", disse o mandatário em referência a seu diretor nacional de inteligência.
Quando foi perguntado se Washington também sobrevalorizou a habilidade e a vontade dos militares iraquianos treinados pelos Estados Unidos para combater os jihadistas, Obama disse: "Isso é verdade. É totalmente verdade".
O presidente também disse que a propaganda do grupo Estado Islâmico está sendo "muito inteligente", com o uso das redes sociais e com o aliciamento de novos recrutas na Europa, nos Estados Unidos e na Austrália, assim como em países muçulmanos, "que acreditam no jihadismo sem sentido".
O presidente acrescentou que parte da solução será militar, mencionando os ataques liderados pelos Estados Unidos contra os recursos e o território do EI, e ressaltou que Síria e Iraque terão que resolver suas crises políticas.
Desde a retirada das tropas americanas de seu território, o Iraque continua dividido, com a população sunita isolado por um governo xiita autoritário, enquanto a Séria vive em guerra civil desde 2011. A entrevista de Obama no programa "60 minutos" da CBS será transmitido neste domingo.