Agência France-Presse
postado em 30/09/2014 09:38
A imprensa e a oposição nos Estados Unidos questionaram a capacidade do serviço de inteligência depois de o presidente Barack Obama ter reconhecido que os Estados Unidos subestimaram o crescimento do grupo extremista autodenominado Estado Islâmico (EI), no último domingo (27). Nessa segunda-feira (29) a Casa Branca tentou amenizar o clima após as declarações, que também teriam gerado um mal-estar entre os funcionários do Serviço de Informações.O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, assegurou que o presidente ;confia; nos profissionais que o informam o que se passa na área, acentuando que ;o seu conselho e as suas informações têm sido fundamentais para o êxito no combate à ameaça do grupo;.
Earnest disse que o país conhecia a ameaça do EI, mas que "todos teriam avaliado mal" a capacidade do Exército iraquiano de lutar. "Foi com surpresa que constatamos o êxito do grupo nos ganhos de território no Iraque", acrescentou em conversa com a imprensa.
Em outra frente de defesa, o diretor da Inteligência Nacional, James Clapper, disse ao jornal Washington Post que seus analistas tinham informado a destreza e capacidade do grupo. Ele admitiu, porém, que, à semelhança do ocorrido na guerra do Vietnam - na luta contra os vietcongs - o "inimigo foi subestimado".
"Não fomos capazes de prever a sua vontade de lutar, o que é imponderável;, acrescentou. As declarações de Obama muniram analistas e senadores que, ontem (29), disseram já ter "avisado" ao governo. O senador republicano John McCain disse estar ;desconcertado; pelas declarações do presidente, uma vez que, em várias ocasiões, houve alertas no Congresso. "Durante mais de um ano, falamos do perigo representado pela expansão do EI na Síria", declarou à imprensa.
Para o porta-voz do Pentágono, almirante John Kirby, ;as informações são algo muito difícil; e podem ser classificadas como ;uma arte, mais do que uma ciência;.
Kirby destacou que ;o surpreendente, sem dúvida, do ponto de vista militar, foi a rapidez com que o EI se deslocou para Mossul durante o verão, a rapidez com que avançou para o Norte, bem como a forma como quatro ou cinco divisões iraquianas se esfumaram;.
O governo americano apresenta números sobre a ofensiva iniciada. O Pentágono informou que a Jordânia, Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, o Bahrein e o Catar fizeram 23 ataques aéreos na Síria e os Estados Unidos, 66.
O governo Obama recebe críticas em sua política externa. Alguns analistas avaliam que a gestão dele é "lenta" na capacidade de reação. Quando lançou o plano para combater o grupo, na véspera do 11 de setembro, o presidente americano também tentava dar uma resposta às críticas e à sociedade, dois meses antes das eleições legislativas.
*Com informações da Agência Lusa e do Washington Post