Agência France-Presse
postado em 01/10/2014 15:06
Washington - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, advertiu nesta quarta-feira (1;/10) o presidente Barack Obama para os riscos de um acordo com Teerã que permitiria ao Irã se tornar uma potência nuclear.
"O Irã busca um acordo que levaria à suspensão das sanções em vigor graças a seus esforços e iria colocá-lo à beira da potência nuclear", declarou Netanyahu em visita a Casa Branca. "Eu sinceramente espero que isso não aconteça", disse o primeiro-ministro de Israel, durante um encontro com Obama no Salão Oval.
[SAIBAMAIS]O Irã e o grupo 5%2b1 (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha) fixaram a data de 24 de novembro para alcançar um acordo final, confirmando a natureza exclusivamente pacífica do programa nuclear de Teerã em troca de um levantamento das sanções internacionais.
A capacidade de enriquecimento de urânio do Irã está no centro das negociações: urânio enriquecido a baixo nível serve para alimentar centrais elétricas, mas a um nível elevado pode ser utilizado para a fabricação de bombas atômicas.
Segunda-feira, na tribuna das Nações Unidas, Netanyahu já havia advertido para o perigo de um acordo com Teerã. As capacidades nucleares do Irã "devem ser completamente desmanteladas", insistiu, chamando a República Islâmica de "regime mais perigoso do mundo na região mais perigosa do mundo".
Israel tem repetidamente ameaçado usar a força militar para impedir a República Islâmica de obter armas nucleares. Por sua vez, Obama fez um apelo nesta quarta-feira por uma mudança do "status quo" entre israelenses e palestinos.
"Precisamos encontrar maneiras de mudar o status quo para os cidadãos israelenses em casa, ou as crianças na escola, estejam a salvo de um foguete, mas também que não sejamos confrontados com a tragédia de crianças palestinas mortas", declarou o presidente americano na presença de Netanyahu.
Este foi o primeiro encontro entre os dois líderes desde a guerra entre Israel e o Hamas em Gaza, entre julho e agosto, em que mais de 2.100 palestinos morreram, em sua maioria civis, e mais de 70 do lado israelense, incluindo 66 soldados.
A diplomacia americana não perdeu a esperança de reviver futuramente o processo de diálogo direto entre Israel e os palestinos. A última rodada de nove meses, sob os auspícios do secretário de Estado John Kerry, fracassou em abril.