Agência France-Presse
postado em 02/10/2014 09:31
Meca - Centenas de milhares de fiéis chegaram nesta quinta-feira a Mina, perto de Meca, no primeiro dia do Hajj, a maior reunião de fiéis muçulmanos anual no mundo, que começou sem problemas, segundo as autoridades.
O Hajj, cujos rituais terminam na próxima semana, está cercado neste ano de rígidas medidas de segurança para proteger os peregrinos de dois vírus fatais, a febre do Ebola e o coronavírus MERS, que deixou mais de 300 mortos na Arábia Saudita.
A peregrinação a Meca também é realizada neste ano em um contexto de tensão no Oriente Médio, devido ao conflito com os jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI).
Segundo as autoridades sauditas, cerca de 1,4 milhão de muçulmanos chegaram do exterior para realizar esta peregrinação, aos quais se somam centenas de milhares de peregrinos do reino.
"É um sentimento bom", já que o Hajj "sempre foi um sonho para mim", afirmou Aziza Yusfy, uma argelina de 60 anos, antes de partir de Meca em direção a Mina, 5 km a leste da Grande Mesquita.
O Hajj é um dos cinco pilares do Islã que todo fiel deve cumprir ao menos uma vez em sua vida, se tiver os meios econômicos para isso.
Sayed Tajamul Haq, um indiano de 64 anos, implorou a Deus que lhe desse o perdão e a misericórdia, classificando de fantástica sua estadia em Meca.
Um francês, convertido recentemente ao Islã, afirmou que percorreu de carro 7.000 km a partir do norte da África para realizar o Hajj, indicou o jornal saudita Arab News.
Até o momento não foi apontado nenhum incidente importante nos deslocamentos dos peregrinos, que se dirigem a Mina pela estrada, de metrô ou caminhando.
Por sua vez, "não foi registrado nenhum caso de infecção entre os peregrinos, incluindo o coronavírus MERS", declarou o ministro interino da Saúde, Adel Fakih, citado pela agência oficial Spa.
Mais de 145.000 fiéis sem permissão de peregrinação já foram impedidos de prosseguir nas estradas de Meca, segundo as estatísticas oficiais citadas pela agência Spa.
Helicópteros Black Hawk estão preparados para intervir em caso de ataques terroristas ou de outros incidentes, indicou o Arab News, citando um funcionário dos serviços de segurança, Mohamed Eid al-Harbi.
A Arábia Saudita, que mobilizou 85.000 agentes para garantir o bom desenrolar da peregrinação, proibiu neste ano a entrada em seu território de pessoas procedentes de Guiné, Libéria e Serra Leoa, os três países mais afetados pelo Ebola, que durante o ano já provocou a morte de mais de 3.000 pessoas na África Ocidental.
Já a Nigéria, onde foram registradas oito mortes, foi autorizada a enviar peregrinos. Na sexta-feira os fiéis se dirigirão ao Monte Arafat e aos seus arredores, situados 10 km a sudeste de Mina, onde dedicarão todo o dia à oração.