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Manifestantes exigem a renúncia do chefe do governo de Hong Kong

Caso a exigência não seja atendida, eles ameaçam intensificar o movimento

Agência France-Presse
postado em 02/10/2014 09:51

Manifestante carrega uma cerca de metal e tenta bloquear uma avenida em Hong Kong

Honk Kong - HONG KONG, 2 outubro 2014 (AFP) - Os manifestantes que exigem de Pequim mais liberdades democráticas se reuniram diante da sede do governo em Hong Kong para exigir a renúncia do chefe do Executivo local.

Caso a exigência não seja atendida, eles ameaçam intensificar o movimento. O governo de Hong Kong pediu, por sua vez, que os manifestantes se dispersem pacificamente o quanto antes possível, uma vez que os protestos "tiveram um impacto sério na cidade".

Este pedido, que tem o tom de uma advertência, e a movimentação policial, principalmente com a chegada de muitas caixas de balas de borracha, intensificaram a tensão.

"O governo e a polícia pedem aos que estão concentrados nas imediações do quartel-general da polícia, do CGO (sede do governo) e do CEO (gabinete do chefe do executivo), que deixem de bloquear o acesso e se dispersem pacificamente o quanto antes possível", afirma o comunicado oficial.

Mais de 3.000 pessoas se reuniram no início da manhã no Conselho Legislativo e na sede do governo, no centro de Hong Kong, para exigir a renúncia de Leung Chun-ying, considerado pelos manifestantes uma marionete de Pequim.

Ao mesmo tempo, a China advertiu que a comunidade internacional não deve interferir na crise, a mais grave desde a devolução da ex-colônia britânica a Pequim em 1997, enquanto muitas pessoas em todo o mundo expressam apoio ao movimento pró-democracia de Hong Kong.

"Este governo chinês declarou muito firme e claramente sua posição. Os assuntos de Hong Kong são assuntos internos da China", ressaltou o ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, durante um encontro com o secretário dos Estados Unidos, John Kerry, em Washington.

"Todos os países deveriam respeitar a soberania da China e isso é um princípio básico nas relações internacionais dos governos", afirmou Wang.

"Creio que qualquer país, qualquer sociedade, não permitiria estes atos ilegais que violam a ordem pública. Isso é o que ocorre nos Estados Unidos e essa é a mesma situação em Hong Kong", afirmou o diplomata.

Em sua resposta, no entanto, Kerry reiterou seu apelo para que as autoridades de Hong Kong atuem com moderação diante dos protestos nesta ex-colônia britânica, onde dezenas de milhares de manifestantes exigem o sufrágio universal sem limites.

Kerry também pediu "respeito ao direito dos manifestantes de expressar sua opinião de forma pacífica", e insistiu no apoio dos Estados Unidos ao sufrágio universal em Hong Kong. Desde domingo, a campanha de desobediência civil ganhou força no território.

Os manifestantes denunciam interferências de Pequim, exigem o sufrágio universal sem condições e não aceitam que nas eleições de 2017 as autoridades chinesas mantenham o controle sobre os candidatos ao cargo de chefe de Governo local.



O movimento pró-democracia também desejam a renúncia de "C.Y", como chamam o chefe de governo local. Os militantes da "Revolução do Guarda-Chuva" - como é chamada nas redes sociais - recebem muito apoio do exterior.

No Facebook, um grupo denominado "Unidos pela Democracia: Solidariedade Global com Hong Kong" afirma planejar atos neste sentido, da Austrália aos Estados Unidos.

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