Agência France-Presse
postado em 03/10/2014 01:26
Pequim - Pequim afirmou nesta sexta-feira (3/10) que as autoridades não farão qualquer concessão aos militantes pró-democracia de Hong Kong, acrescentando que a causa dos manifestantes está "condenada ao fracasso".As exigências de sufrágio universal "não são legais nem razoáveis", advertiu o Diário do Povo, órgão do Partido Comunista, em um editorial de tom alarmista.
O movimento foi deflagrado após a decisão de Pequim, anunciada em agosto, de aplicar o sufrágio universal na eleição do chefe do Executivo de Hong Kong em 2017, mas com um controle sobre as candidaturas.
Os manifestantes denunciam interferências de Pequim, exigem o sufrágio universal sem condições e não aceitam que nas eleições de 2017 as autoridades chinesas mantenham o controle sobre os candidatos ao cargo de chefe de Governo local.
[SAIBAMAIS]"Fazer respeitar a decisão" do comitê permanente da Assembleia Nacional Popular (Parlamento) é "uma decisão necessária e a única possível", destaca o órgão oficial do PC. As manifestações "contrariam os princípios legais e estão condenadas ao fracasso".
Mais de 3.000 pessoas se reuniram no início da manhã de quinta-feira no Conselho Legislativo e na sede do governo, no centro de Hong Kong, para exigir a renúncia do chefe do Executivo, Leung Chun-ying, considerado pelos manifestantes uma marionete de Pequim.
Caso a exigência não seja atendida, eles ameaçam intensificar o movimento.
O governo de Hong Kong pediu, por sua vez, que os manifestantes se dispersem pacificamente o quanto antes possível, uma vez que os protestos "tiveram um impacto sério na cidade".
Este pedido, que tem o tom de uma advertência, e a movimentação policial, principalmente com a chegada de muitas caixas de balas de borracha, intensificaram a tensão.