Agência France-Presse
postado em 03/10/2014 14:00
Cidade do Vaticano - O papa Francisco quer que os bispos de todo o mundo debatam em total liberdade sobre o novo modelo de família, um gesto novo e global para que a igreja caminhe com a história, explicou nesta sexta-feira o cardeal Lorenzo Baldisseri.
O italiano, entre os mais próximos do pontífice argentino, ilustrou ante a imprensa os objetivos da primeira assembleia extraordinária de bispos realizada sob o pontificado de Francisco.
"O Papa quer que a igreja se abra", disse o cardeal ao explicar o método de trabalho adotado para tornar mais ágil a assembleia, que será realizada de 5 a 19 de outubro.
Faltando dois dias para a abertura do sínodo, marcado pelas tensões entre conservadores e progressistas, que se enfrentam pela proposta de conceder a comunhão aos divorciados que voltam a se casar, o cardeal lembrou que ao fim dos trabalhos não serão tomadas decisões.
Depois do sínodo extraordinário, o Papa programou para 2015 um sínodo ordinário, durante o qual a Igreja católica pode adotar medidas específicas, fruto da mediação entre setores.
O aumento dos divórcios, das famílias monoparentais, da convivência extramatrimonial e das uniões entre pessoas do mesmo sexo está mudando o modelo de família, e por isso o Papa quis convocar o sínodo.
"A igreja não é estática, caminha com a história. Não é ideologia, é história. É preciso ver a família no contexto atual, que é muito diferente do modelo de 33 anos atrás", disse Baldisseri.
As intervenções dos oradores, de apenas quatro minutos, irão ocorrer por temas durante toda a primeira semana e serão realizadas a portas fechadas para garantir a liberdade do debate, disse o cardeal.
Uma decisão criticada por alguns setores da imprensa, que deseja saber a posição dos presentes. O número de participantes será de 253 e o papa Francisco acompanhará todas as sessoes, disse Baldisseri.