Agência France-Presse
postado em 03/10/2014 20:00
Washington - Uma juíza federal de Washington ordenou nesta sexta-feira (3/10) a divulgação de 28 vídeos sigilosos que mostram os procedimentos de alimentação forçada na base militar de Guantánamo, apesar da oposição do governo de Barack Obama.Dois dias antes de uma audiência-chave sobre o polêmico procedimento de alimentação por sonda de detentos de Guantánamo, que haviam se declarado em greve de fome, a juíza Galdys Kessler deu razão a 16 veículos da imprensa que reivindicam a divulgação desse material.
Esses 28 vídeos mostram quando uma equipe de carcereiros algema o sírio Abu Dhiab, leva-o para uma cadeira, "põe um tubo em seu nariz e o alimenta à força".
"Há procedimentos em curso que causam dor desnecessária, que não estão relacionados com qualquer objetivo de segurança legítimo, e há alternativas rápidas que podem permitir que seja feito de uma maneira mais humana e menos dolorosa", acrescentou Eric Lewis, um dos cinco advogados que já assistiram, até o momento, às 11 horas de gravação.
O sírio Abu Dhiab não foi acusado, nem julgado desde 2002, e, desde 2009, é considerado suscetível de ser libertado. Ele entrou com uma ação pelo fim da alimentação forçada, alegando que é "desumana".
O processo começa na próxima segunda-feira (6/10), conduzido pela juíza Kessler.
Na quinta-feira (2/10), a juíza já havia se pronunciado contra o governo, ao rejeitar o pedido de que a audiência fosse a portas fechadas, como reivindicava a Procuradoria.
Questionado pela AFP sobre a decisão de quinta-feira, o Departamento americano de Justiça declarou que ela será examinada e que vai "considerar as opções".