Agência France-Presse
postado em 05/10/2014 16:03
Paris - Milhares de franceses foram às ruas de Paris e Bordeaux neste domingo para protestar contra a política do governo socialista, acusando-o de querer "destruir a família".Há 18 meses, esse grupo já havia se manifestado contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Sob o lema "Não às mães de aluguel", entre 70 mil pessoas, segundo a polícia, e meio milhão, de acordo com os organizadores, protestaram em Paris contra o acesso dos casais gays à reprodução assistida e contra a "barriga de aluguel". Em Bordeaux, a manifestação atraiu entre 7.500 e 30 mil pessoas, segundo as mesmas fontes.
"A desconstrução em curso da política familiar é desastrosa, essa desconstrução está se acelerando", criticou a presidente do grupo "Manif pour tous" (Manifestação para todos), Ludovine de la Roch;re, que organizou os atos.
[SAIBAMAIS]Os manifestantes denunciam ainda o ensino, nas escolas do país, de uma teoria de gênero que nega, segundo o grupo, as diferenças entre os sexos. O governo nega que essa teoria seja ensinada nos estabelecimentos educacionais.
Entre os cartazes, podia-se ler "protegemos a família" e "a mulher não é uma fábrica de bebês".
A questão das mães de aluguel concentra a maioria das queixas, embora o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, tenha garantido recentemente que esse método "está e estará proibido" na França.
A "Manif pour tous" atrai vários simpatizantes da direita e da extrema direita. Políticos do partido de direita UMP, entre eles ex-ministros, participaram do protesto, assim como uma delegação da Frente Nacional, de ultradireita.
Segundo pesquisa do Ifop para o site Atlantico, apenas 31% dos franceses apoiam a mobilização desse grupo.
Também neste domingo, a ONG "All Out", defensora dos direitos da comunidade gay, conseguiu reunir centenas de pessoas em Paris. Na quinta-feira, a organização apresentou ao governo francês um abaixo-assinado com 200 mil assinaturas para "apoiar a igualdade" de "todos os casais e todas as famílias".