Agência France-Presse
postado em 06/10/2014 11:07
Teerã - A jornalista iraniana Yeganeh Salehi foi libertada enquanto seu marido Jason Rezaian, correspondente do Washington Post, segue preso mais de dois meses depois da detenção de ambos, anunciaram nesta segunda-feira (6/10) o jornal americano e um funcionário de alto escalão iraniano.Jason Rezaian, iraniano-americano que desde 2012 trabalhava para o Post em Teerã, e sua esposa, colaboradora do jornal dos Emirados Árabes The National, foram detidos em 22 de julho como parte de uma questão ligada à segurança da república islâmica.
Yeganeh Salehi, de 30 anos, foi libertada sob fiança na semana passada, anunciou o Post, que cita o cunhado da jornalista. Ele disse que ambos estão bem de saúde, apesar de mais de dois meses atrás das grades.
O diretor-geral do departamento de meios de comunicação estrangeiros no ministério iraniano da Cultura, Mohamad Kushesh, confirmou à AFP a libertação da jovem.
"Esperamos que Jason Rezaian seja libertado em breve", acrescentou. O funcionário disse que seus serviços estão fazendo todo o possível para que a justiça também liberte Rezaian, embora isso, ressaltou, não dependa do ministério da Cultura.
A família de Yeganeh agradeceu a libertação sob fiança. "Estamos convencidos de que Jason não cometeu nenhum crime, e rezamos para que o governo iraniano chegue à mesma conclusão e o liberte também".
As acusações contra Rezaian, de 38 anos, e sua esposa Salehi não estão muito claras. Em meados de agosto, um funcionário do Judiciário disse que os dois jornalistas foram detidos por uma questão vinculada à segurança do país.
No fim de julho, outro funcionário falou de "atividades dos inimigos (do Irã) e de seus agentes", em relação as duas detenções. E em agosto um jornal conservador mencionou acusações de espionagem.
Uma fotógrafa iraniano-americana e seu marido, detidos junto com eles, já foram libertados. O Irã não reconhece a dupla nacionalidade, e por isso rejeitou os apelos do Departamento de Estado americano sobre Rezaian e dos que foram detidos junto com ele, segundo o Washington Post.