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Ebola: pelo menos 30 pessoas estão sob vigilância na Espanha

A Comissão Europeia pediu explicações a Madrid sobre o que falhou para que a auxiliar de enfermagem fosse contaminada

postado em 07/10/2014 09:21
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Responsáveis de saúde espanhóis informaram que cerca de 30 pessoas estão atualmente sob vigilância no país, após a confirmação do contágio de ebola pela auxiliar de enfermagem que integrou a equipe que cuidou das de vítimas espanholas ; dois missionários transferidos da África com o vírus e que morreram na Espanha. A auxiliar de enfermagem espanhola contaminada com o ebola em Madrid, o primeiro caso fora da África, está desde a madrugada desta terça-feira (7/10) isolada no Hospital Carlos III, onde contraiu o vírus. Fontes médicas confirmaram que ela se mantém estável e com febre.

Quatro pessoas, incluindo a auxiliar de enfermagem contagiada pelo vírus, estão atualmente isoladas e sob vigilância epidemiológica restrita no Hospital Carlos III em Madrid: o marido da auxiliar ; cujo exame deu resultado negativo num primeiro teste para a doença e não apresenta nenhum sintoma ;, uma enfermeira e um paciente de nacionalidade nigeriana, ambos com sintomas.

A Comissão Europeia pediu explicações a Madrid sobre o que falhou para que a auxiliar fosse contaminada. Segundo adiantou o porta-voz da Comissão Europeia para a Saúde, Frédéric Vincent, Bruxelas ;enviou uma mensagem ao Ministério da Saúde espanhol para obter esclarecimentos; sobre a falha no sistema de prevenção.

[SAIBAMAIS];É evidente que houve um problema;, salientou Vincent, ao acrescentar que a propagação do ebola na Europa ;continua a ser altamente improvável;. Os governos nacionais aplicaram medidas preventivas ; coordenadas por Bruxelas ; para prevenir a entrada do vírus em território europeu, registando-se a primeira brecha na Espanha. Nessa quarta-feira (8/10), a reunião semanal do Comitê de Segurança Sanitária será dedicada ao caso espanhol, esperando a Comissão Europeia já ter, então, informação detalhada de Madrid.

O diretor do Hospital Carlos III, Rafael Perez Santamaria, admitiu que o caso causou ;surpresa; e que a instituição mantém as investigações para determinar as circunstâncias do contágio. ;É uma questão que nos apanhou de surpresa. Procuramos rever todos os protocolos estabelecidos, melhorar em tudo e sobretudo para evitar que alguém que teve contato desenvolva a doença.;


;Queremos evitar alarde. Estamos colaborando com a saúde pública, informando aos profissionais, à população e aos contatos sobre todo o processo. [Estamos] trabalhando para o melhor tratamento dessa paciente e para evitar a propagação da doença;, disse.

O coordenador da Unidade de Doenças Infecciosas, José Ramón Arribas, explicou que a paciente está sendo tratada com soro hiperimune de um doador anônimo, que foi contagiado pela doença e tem anticorpos, e com um antiviral experimental, testado em animais pequenos.

O responsável insistiu na mensagem de tranquilidade à população, recordando que em saúde não se pode falar em porcentagens, ;porque não há um risco nem de 0% nem de 100%;. Ele destacou que os protocolos usados são os mesmos ;que se aplicam sempre que há suspeitas; de ebola.

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