postado em 07/10/2014 13:22
O diretor regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a África, Luís Sambo, disse hoje, em Portugal, que a OMS ;não tem o financiamento que deveria ter para intervir no caso de epidemias, por exemplo, na África;. Em declaração aos jornalistas, ao fim de uma conferência sobre a epidemia provocada pelo vírus ebola, na Universidade do Porto, ele admitiu que ;se tivesse existido uma intervenção forte desde o início, as hipóteses de contenção teriam sido muito maiores;.;Infelizmente, a vigilância não funcionou na aldeia em questão [Guiné-Conacri] e fomos surpreendidos pela epidemia;, disse, explicando que, neste momento, os países mais afetados são a Libéria e Serra Leoa. Luís Sambo lembrou que a epidemia eclodiu ;em um meio muito pobre onde não existiam e não existem os meios para atender problemas de rotina e de saúde. E, sobretudo, problemas extraordinários, como é o caso de uma epidemia;.
[SAIBAMAIS]É uma situação que ;exige meios especiais técnicos e tecnológicos que não estavam disponíveis, a começar pelo próprio sistema de vigilância de doenças da Guiné. O sistema de vigilância não funcionou em nível local, portanto houve uma apatia durante os primeiros meses de epidemia, que começou em dezembro e foi declarada no mês de março;, disse.
;Logo que tivemos a informação, agimos, só que infelizmente esta epidemia é muito especial e está se propagando de forma muito rápida, afetando muitos países ao mesmo tempo, inclusive as capitais, e há forte risco de propagação em nível mundial;, acrescentou.
Segundo Sambo, ;foram registrados até agora cerca de 7,5 mil casos de infecção pelo vírus ebola, que provocaram cerca de 3,5 mil óbitos em todos os países afetados;. Ele disse ainda que a OMS está ;mobilizando as instituições de pesquisa médica no mundo para que acelerem os esforços; a fim de encontrar um medicamento que impeça o avanço da doença. Até agora, esses esforços têm sido ;insuficientes;, afirmou.
;Temos alguns produtos, candidatos a vacinas, que estão sendo testados, e também alguns medicamentos experimentais que estão em fase de investigação. Mas temos esperança de que com a aceleração desse trabalho de investigação e as necessidades que são prementes, o processo possa evoluir rapidamente e sem prejuízo para a qualidade dos produtos que serão produzidos daqui a algum tempo;, destacou. Sambo admitiu que, ;no próximo ano, poderá haver novidades;.