Agência France-Presse
postado em 07/10/2014 20:29
Iguala de la Inpependencia - Estados Unidos e OEA se uniram nesta terça-feira para exigir esclarecimentos do México sobre o desaparecimento de 43 estudantes após uma manifestação reprimida pela polícia e por pistoleiros do narcotráfico. É um "crime preocupante que exige uma investigação completa e transparente" para que os responsáveis sejam levados à Justiça, disse a porta-voz do departamento americano de Estado Jen Psaki.[SAIBAMAIS]O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, se disse "consternado" com este crime que "enluta não apenas os mexicanos,mas todos os países das Américas". Os 43 estudantes universitários desapareceram no dia 26 de setembro, após uma violenta repressão a protestos no município de Iguala, em Guerrero, da qual participaram policiais e membros do cartel das drogas "Guerreiros Unidos".
No domingo, o promotor estadual de Guerrero, Iñaky Blanco, informou que dois supostos pistoleiros do crime organizado confessaram a execução de 17 dos 43 estudantes, que estariam enterrados em uma fossa comum encontrada no sábado. Segundo Blanco, os pistoleiros pararam um ônibus e fizeram descer 17 estudantes, que "levaram para o alto de um cerro de Pueblo Viejo (Iguala), onde há fossas comuns, e os executaram".
Os dois homens revelaram que a ordem para reprimir os estudantes partiu do secretário de Segurança Pública de Iguala; e para capturá-los e matá-los de "um sujeito chamado ;El Chucky;, líder dos Guerreiros Unidos", disse Blanco. O secretário de Segurança Pública de Iguala e o prefeito da cidade estão foragidos e são procurados pela polícia federal.
O presidente do México, Enrique Peña Nieto, afirmou nesta segunda-feira que não haverá impunidade para os responsáveis pelo desaparecimento dos estudantes. Esses crimes são "revoltantes, dolorosos e inaceitáveis", disse Peña Nieto em uma mensagem à imprensa no Palácio Nacional da capital.
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"No Estado de Direito não há (...) o menor espaço para a impunidade", ressaltou o presidente ao demonstrar seu empenho para resolver um caso que comoveu o país. Em razão das informações dos pistoleiros detidos foi encontrada na localidade de Pueblo Viejo uma fossa clandestina com "o total de 28 corpos, alguns completos e outros esquartejados", acrescentou o promotor Blanco, destacando que a identificação final exigirá, ao menos, 15 dias.
Policiais, militares e peritos trabalham em torno da fossa onde os corpos foram localizados. Iguala e Pueblo Viejo ficam no nordeste de Guerrero, um dos estados mais pobres do México, que está entre as cinco regiões com o maior índice de homicídios e sequestros das 32 do país.