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Sete pessoas morreram pisoteadas em comício de opositor no Paquistão

O ex-jogador de críquete que virou político lidera, desde meados de agosto, um movimento de protesto exigindo a renúncia do primeiro-ministro Nawaz Sharif

Agência France-Presse
postado em 10/10/2014 16:51
Multan - Um grande comício organizado pelo opositor paquistanês Imran Khan se transformou em pesadelo nesta sexta-feira (10/10), quando uma multidão correu de forma desesperada em direção à saída, informaram as autoridades locais, acrescentando que pelo menos sete pessoas morreram pisoteadas, ou sufocadas.

O ex-jogador de críquete que virou político lidera desde meados de agosto, ao lado do líder religioso Tahir ul-Qadri, um movimento de protesto exigindo a renúncia do primeiro-ministro Nawaz Sharif. O premiê Sharif é acusado de ter fraudado as últimas eleições gerais.

Os dois opositores reuniram por várias semanas alguns milhares de partidários em frente ao Parlamento em Islamabad. No final de agosto, as manifestações se transformaram em confrontos com a polícia, resultando em pelo menos três mortos e centenas de feridos. Mas, diante da recusa do premiê em ceder o poder, Imran Khan decidiu recentemente aumentar os protestos na capital Islamabad e em cidades do interior.

Nesta sexta-feira, milhares de partidários se reuniram em Multan, uma cidade na província agrícola de Punjab, para um de seus comícios mais impressionantes desde o início do movimento de contestação. Mas quando a multidão, compacta, correu para a saída, pessoas foram pisoteadas e sufocadas, segundo as autoridades.



"Há pelo menos seis mortos e 40 feridos", declarou à AFP o diretor do setor de emergência do hospital local de Nishtar, Pervez Haider. O chefe de polícia de Multan, Sultan Chaudhry, confirmou o número de vítimas, que ainda pode aumentar.

Em um país com uma história marcada por golpes, onde o equilíbrio entre o poder militar e civil continua frágil, a contestação de Khan e Qadri provoca muitas dúvidas. Alguns analistas e políticos acusam a dupla de receber apoio do aparato de segurança para enfraquecer o governo de Nawaz Sharif.

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