Agência France-Presse
postado em 10/10/2014 21:16
Forças do governo iraquiano estão em posição fragilizada no oeste do país, mas aguardam pelo momento de combater os jihadistas Estado Islâmico, afirmaram autoridades de Defesa dos Estados Unidos nesta sexta-feira.O Exército iraquiano está sob forte pressão na província Al-Anbar, mesmo com as atenções mundiais voltadas para a cidade síria de Kobane, onde combatentes curdos tentam impedir a invasão do EI, disseram os oficiais.
Dezenas de ataques aéreos liderados pelos Estados Unidos nas últimas semanas no oeste do Iraque têm ajudado a combater o Estado Islâmico e a manter a capital Bagdá a salvo, afirmou uma autoridade que pediu para não ser identificada.
O grupo Estado Islâmico tenta tomar a represa estratégica de Haditha, mas os bombardeios da coalizão ajudam as forças do governo iraquiano a resistir aos ataques dos extremistas.
Mas a situação mostrou como as tropas do Iraque estão longe de serem uma força efetiva e o quanto precisam de treinamento.
As circunstâncias difíceis em Al-Anbar contrastam com os relatórios das frentes de batalha do norte do país, onde soldados curdos mais bem treinados fizeram progresso. "Não há comparação entre a capacidade das forças curdas e a do Exército do governo iraquiano. Os curdos estão se movimentando, estão retomando territórios" e foram capazes de se coordenar com as forças de coalizão, disse.
Um segundo alto funcionário de Defesa disse que as condições no oeste do Iraque causam preocupação: "Não é uma boa situação".
O Exército iraquiano lançou uma série de ofensivas que fracassaram. "Eles começam uma operação e a interrompem um quilômetro depois", disse o oficial sob condição de anonimato.
O grupo Estado Islâmico entrou na cidade de Fallujah, na província de Al-Anbar, em janeiro, e já realizou vários ataques para tentar tomar Ramadi e a represa de Haditha.
A província de Al-Anbar foi o principal campo de batalha para a insurgência sunita contra as tropas americanas após a invasão do Iraque pelos EUA em 2003.
Tribos sunitas optaram depois por ficar ao lado do governo de Bagdá e das forças americanas contra o braço da Al-Qaeda no Iraque, em um movimento chamado pelos americanos de "Despertar de Al-Anbar".
Mas o governo liderado pelos xiitas do ex-primeiro-ministro Nuri al-Maliki causou o descontentamento dessa comunidade, que se queixa por ter sido marginalizada. O grupo EI explorou esse ressentimento dos sunitas no oeste para obter apoio e avançar.