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Doadores prometem US$ 5,4 bilhões a Gaza e pedem negociações de paz

O Catar prometeu de longe a maior soma, 1 bilhão de dólares. Os Estados Unidos anunciaram uma ajuda imediata de 212 milhões de um total de 400 milhões de dólares em um ano, e a União Europeia prometeu 450 milhões de euros

Agência France-Presse
postado em 12/10/2014 16:20
Cairo - Os participantes da conferência de doadores no Cairo para Gaza prometeram neste domingo entregar 5,4 bilhões de dólares para a reconstrução do território devastado após 50 dias de guerra com Israel, e defenderam a retomada das negociações de paz.

"Os participantes prometeram aproximadamente 5,4 bilhões (4,3 bilhões de euros)", disse o ministro das Relações Exteriores norueguês, Boerge Brende, ao ler um comunicado após o encerramento da conferência.

A autoridade palestina havia pedido 4 bilhões de dólares para ajudar a reconstruir este território palestino, onde cerca de 2.200 pessoas - em sua maioria civis - morreram em julho e agosto pelos bombardeios do Estado israelense. Do lado israelense, 73 pessoas morreram no conflito, soldados em sua maioria.

O Catar prometeu de longe a maior soma, 1 bilhão de dólares. Os Estados Unidos anunciaram uma ajuda imediata de 212 milhões de um total de 400 milhões de dólares em um ano, e a União Europeia prometeu 450 milhões de euros. Estados Unidos e Egito convocaram na conferência israelenses e palestinos a resolver de uma vez por todas seu conflito.

E depois de três guerras em seis anos, a grande questão da reunião foi a paz duradoura entre Israel e os palestinos. Segundo fontes diplomáticas, muitos países estão cansados de financiar reconstruções, que na guerra seguinte viram fumaça.

O secretário americano de Estado, John Kerry, convidou as duas partes a retomar as negociações interrompidas desde abril. Kerry advertiu que o cessar-fogo em vigor entre Israel e o movimento islamita palestino Hamas desde o fim do conflito em agosto "não é a paz".

"Temos que voltar a sentar à mesa e ajudar as partes a tomar decisões difíceis, decisões de verdade", declarou. Em um tom mais incisivo, o presidente egípcio, Abdel Fatah al-Sissi, pediu a Israel que alcance um acordo de paz com os palestinos.

"Faço um apelo ao povo israelense e ao governo: é hora de acabar com o conflito", disse o anfitrião da conferência.

Ao seu lado, o presidente palestino, Mahmud Abbas, convidou a comunidade internacional a pressionar para "fixar um limite no tempo e acabar com a ocupação (israelense), além de iniciar negociações sérias de paz".

Mas o ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, que não foi convidado ao encontro no Cairo, esfriou as perspectivas de uma rápida retomada das negociações. "Se for apenas para lidar com as demandas dos palestinos, então é perda de tempo", disse.

Este território densamente povoado ficou em ruínas e a guerra forçou o deslocamento de mais de 25% da população de Gaza, de 1,7 milhão de pessoas.

O governo palestino apresentou um plano de reconstrução de 76 páginas antes da conferência. Os palestinos haviam pedido a ajuda, que em grande parte será destinada à construção de casas.

Segundo Kerry, o desafio humanitário é "enorme" e a população de Gaza "precisa da ajuda desesperadamente, não amanhã ou na próxima semana, e sim agora".

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, anunciou que visitará Gaza na terça-feira para "ouvir diretamente as pessoas". "Em 2009, a comunidade internacional se reuniu no Egito para a reconstrução de Gaza", recordou Ban.

"Prometemos nosso apoio e concordamos em reconstruir, mas hoje estamos novamente aqui. O ciclo de construção-destruição continua e piora", lamentou Ban.

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Grande parte da comunidade internacional tem as esperanças em uma estabilidade política maior em Gaza, onde na quinta-feira passada aconteceu a primeira reunião do governo de unidade palestino, formado em junho.

O governo de união, formado por personalidades políticas independentes, cristaliza a reconciliação após anos de divergências entre o partido Fatah de Mahmud Abbas e o Hamas, que controla de fato o território de Gaza.

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