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AIE recomenda à África reforma energética para promover crescimento

Ao divulgar um inédito Panorama da Energia na África, a AIE considerou crítico aumentar o acesso a formas modernas de energia em uma região onde dois terços da população - 620 milhões de pessoas - vivem atualmente sem eletricidade

Agência France-Presse
postado em 13/10/2014 19:02
Crianças estudam à noite em uma região sem energia a, aproximadamente, 350 quilômetros ao norte de Nairobi

Londres
- O setor de energia na África subsaariana precisa de uma revisão para ajudar a impulsionar a prosperidade socioeconômica da região, recomendou a Agência Internacional de Energia (AIE) nesta segunda-feira (13/10).

Ao divulgar um inédito Panorama da Energia na África, durante coletiva de imprensa em Londres, a AIE considerou crítico aumentar o acesso a formas modernas de energia em uma região onde dois terços da população - 620 milhões de pessoas - vivem atualmente sem eletricidade.

"Um setor de energia com funcionamento melhor é vital para garantir que os cidadãos da África subsaariana possam satisfazer suas aspirações", declarou a diretora-executiva da AIE, Maria van der Hoeven.

"O setor de energia atua como um freio no desenvolvimento, mas isso pode ser superado, e os benefícios do sucesso são imensos", destacou.

Com sede em Paris, a AIE, entidade de vigilância energética dos países industrializados, acrescentou que quase 730 milhões de pessoas da África sub-saariana dependem de formas perigosas e ineficientes de cozimento, com o uso de biomassa sólida - lenha e carvão - superando todos os outros combustíveis combinados.



Van der Hoeven disse aos jornalistas em Londres que o setor energético africano precisa virar "uma roda motriz ao invés de ser um freio" ao crescimento econômico.

Em seu relatório, a organização concluiu que os recursos energéticos da África eram "mais que suficientes" para atender às necessidades da população, mas também fez três recomendações específicas.

A AIE pediu investimentos extras da ordem de US$ 450 bilhões na geração de energia, a fim de reduzir à metade as quedas de energia e garantir acesso universal à eletricidade em todas as áreas urbanas.

A organização defendeu ainda a importância de uma maior cooperação e integração regional, o que permitiria a geração e a transmissão de energia em larga escala, assim como estimularia o comércio transfronteiriço.

A agência também apelou para uma gestão melhor dos recursos e das receitas de energia na região, com "processos robustos e transparentes" para encorajar o uso mais eficaz das receitas obtidas com petróleo e gás.

Segundo a AIE, essas três recomendações ajudariam a fomentar o crescimento econômico da África subsaariana em quase um terço até 2040.

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