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Quase 60 soldados nigerianos são julgados por não combater Boko Haram

Eles são acusados de 'conspiração para um motim contra as autoridades da 7ª divisão', que está na linha de frente contra a insurgência do Boko Haram

Agência France-Presse
postado em 15/10/2014 14:38
Abuja - Cinquenta e nove soldados nigerianos acusados de motim e de se recusar a combater islamitas armados do grupo Boko Haram foram levados nesta quarta-feira (15/10) perante um tribunal militar de Abuja.

Os soldados, membros do 111; Batalhão das forças especiais, declararam inocência perante a corte marcial.

Eles são acusados de "conspiração para um motim contra as autoridades da 7; divisão", que está na linha de frente contra a insurgência do Boko Haram.

Eles também foram acusados de se recusar a participar em 4 de agosto de uma tentativa de retomada de controle de várias cidades tomadas pelo Boko Haram no estado de Borno (nordeste).

Em 2 de outubro, 97 soldados engajados em operações contra o grupo islâmico armado já haviam sido levados a um tribunal militar em Abuja por motim.



E em setembro, 12 soldados nigerianos foram condenados à morte por motim após disparos contra seu oficial em Maiduguri (nordeste), reduto histórico do Boko Haram.

O exército nigeriano está sob pressão e tenta recuperar áreas controladas pelo Boko Haram, principalmente no nordeste do país.

Testemunhas relataram a recusa de soldados nigerianos de lutar e a fuga de vários outros frente ao Boko Haram, que proclamou um "califado islâmico" nas áreas que controla.

Muitos soldados reclamam a falta de equipamentos. O exército nigeriano rejeita a acusação e afirma que está em processo de reverter a situação ante o Boko Haram.

A rebelião do Boko Haram, que eclodiu em 2009, e sua repressão brutal por parte das forças da ordem nigerianas fizeram mais de 10 mil mortos e 700 mil deslocados.

Nos últimos meses, os insurgentes tomaram faixas de território no nordeste da Nigéria e várias cidades na fronteira com Camarões.

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