postado em 16/10/2014 08:55
Pretoria - Uma prima de Reeva Steenkamp afirmou nesta quinta-feira (16/10) que Oscar Pistorius deve "pagar pelo que fez", ao mesmo tempo que a promotoria tenta obter uma pena de prisão para o atleta sul-africano considerado culpado de homicídio culposo. Kim Martin, emocionada e com lágrimas nos olhos, afirmou durante uma audiência que "isto não é fácil para mim". "Pistorius deve pagar pelo que fez, por terminar com a vida de Reeva, pelo que fez a meu tio, a minha tia e ao restante da família", disse."Meus parentes não são pessoas que buscam vingança, nós pensamos apenas que acabar com a vida de alguém, atirar contra alguém através da porta, que está desarmada e é inofensiva, precisa de um castigo suficiente", completou. "Todos nós sofremos e estou convencida de que devemos enviar uma mensagem à sociedade de que você não pode fazer isto e escapar impunemente".
Kim disse ainda que as desculpas apresentadas por Pistorius aos pais de Reeva Steenkamp no início do processo "não pareceram sinceras". Barry Roux, advogado de Pistorius, afirmou que o cliente havia redigido após a tragédia uma longa carta para pedir perdão aos pais de Steenkamp, que não foi entregue por motivos legais. "Você também concorda que as condições na prisão são humanas e podem receber uma pessoa deficiente (...) mas e se este não for o caso?", questionou. "Eu não desejaria isto a ninguém", respondeu Kim Martin.
A sentença pode ser anunciada na sexta-feira ou dentro de vários dias, mas como não existe uma pena obrigatória mínima, a juíza Thokozile Masipa deverá decidir se Pistorius merece ir para a prisão ou permanecer em liberdade. A defesa de Pistorius, amputado de ambas as pernas, alega que ele ficaria muito vulnerável na prisão e deveria ser condenado a prestar serviços à comunidade.
Pistorius foi declarado culpado de homicídio culposo, pois a juíza considerou que ele foi imprudente, mas que não ficou demonstrada uma intenção homicida. O atleta alega que, em 14 de fevereiro de 2013, abriu fogo contra a namorada, que estava trancada no banheiro, por acreditar que era um ladrão.