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Curdos ainda resistem após um mês de combates com o EI em Kobane

Jihadistas chegaram a ocupar metade da cidade, mas os combatentes curdos parecem ter retomado terreno esta semana

Agência France-Presse
postado em 16/10/2014 13:08
Mirsutpinar - - Apoiados pelos ataques aéreos da coalizão, os combatentes curdos resistem um mês depois do início da ofensiva do grupo Estado Islâmico contra a cidade síria de Kobane.

A luta por Kobane, terceira maior cidade curda da Síria - na fronteira com a Turquia -, passou a ser considerada o símbolo da luta contra o EI, e o destino da região permanece incerto após 30 dias de combates intensos.

Os jihadistas controlam "pelo menos 50% da cidade", de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), "mas os curdos, com sua resistência feroz e a ajuda dos ataques da coalizão, conseguiram conter seu avanço nas últimas 48 horas".

[SAIBAMAIS]"Eles tentam levar o EI para uma guerra de desgaste, realizando ataques ou tentando cercá-los no quartel-general que eles tomaram na sexta-feira passada" dos curdos, acrescentou o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman, indicando que um ataque americano atingiu um dos prédios do QG e que os combates continuavam.

Essas informações não podem ser confirmadas devido à ausência de observadores independentes e de jornalistas em Kobane.

Nesta quinta-feira, os jihadistas realizaram um ataque nas imediações do posto de fronteira turco de Mursitpinar, tentando cortar qualquer ligação entre Kobane e a Turquia, constatou um jornalista da AFP na fronteira.

No total, 16 morteiros foram disparados pelos jihadistas durante o dia, segundo o OSDH.

Encontro entre americanos e curdos

Em um mês, "a batalha de Kobane" causou a morte de 662 pessoas, segundo um registro do OSDH, que não inclui as vítimas dos ataques aéreos. O EI perdeu 374 combatentes; e os curdos, 268. Vinte civis também morreram.

Mais de 300.000 pessoas fugiram de Kobane desde o início da ofensiva do grupo extremista, no dia 16 de setembro.

O Pentágono admitiu que a situação é preocupante e que "Kobane ainda pode cair" em poder dos jihadistas.

Para ajudar os curdos, Washington, à frente de uma coalizão na Síria e no Iraque, realizou desde o fim de setembro mais de 100 ataques aéreos contra alvos em torno da cidade.

Além disso, o Departamento de Estado afirmou nesta quinta-feira que autoridades americanas haviam se reunido com os curdos do Partido da União Democrática (PYD), indicando que esse encontro ocorreu "fora da região" e que Washington ainda não chegou ao estágio de armar e formar as milícias curdas.

De acordo com uma autoridade americana, o encontro foi realizado em Paris.

Enquanto isso, pelo menos 20 jihadistas do EI, a maioria combatentes estrangeiros, foram mortos em um ataque das forças curdas 30 km a oeste de Ras al-Ain, na província de Hassaka, segundo o OSDH.

"Os curdos desfilaram com os corpos em um carro pelas ruas de Ras al-Ain", cidade controlada pelos curdos na fronteira com a Turquia, de acordo com a ONG.

Sem ameaça iminente a Bagdá

No vizinho Iraque, o governo americano, que havia manifestado preocupação com o cenário em várias partes do país na quarta-feira, mostrou-se mais tranquilo quanto ao destino da capital.

"Acreditamos que, no momento, Bagdá não sofre uma ameaça iminente", declarou o porta-voz do Ministério americano da Defesa, contra-almirante John Kirby.

"Não há uma mobilização massiva das forças do EI no exterior (da capital iraquiana) preparadas para entrar", afirmou.

No entanto, pelo menos 26 pessoas morreram nesta quinta-feira em diversos atentados dentro e nas imediações de Bagdá, incluindo com carros-bomba, segundo fontes médicas e policiais. Um deles, contra um bairro xiita de Bagdá, foi reivindicado pelo EI.

Para reforçar sua participação na coalizão anti-jihadista no Iraque, Londres decidiu reposicionar drones envolvidos que estavam até o momento no combate aos talibãs no Afeganistão.

Moscou reafirmou sua recusa em participar de uma "coalizão formada sem o aval do Conselho de Segurança" e ressaltou que nenhum acordo de compartilhamento de informações de inteligência sobre os jihadistas com os Estados Unidos foi concluído.

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