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OIT convoca América Latina a reduzir trabalho informal e desigualdade

Na 'Declaração de Lima', a OIT defende o combate à desigualdade com 'políticas públicas integradas, tanto econômicas como sociais, que promovam a inclusão social, o trabalho decente e o emprego produtivo, assim como um ambiente propício para empresas sustentáveis'

Agência France-Presse
postado em 16/10/2014 20:21
Lima - A OIT encerrou nesta quinta-feira (16/10) sua reunião regional, pedindo aos governos que promovam o trabalho decente para reduzir a informalidade e a desigualdade nas Américas, região que tem como principal desafio o avanço do desenvolvimento sustentável, com crescimento e inclusão social.

"É muito importante que, das Américas, enviemos ao mundo uma mensagem comum: que não há desenvolvimento que mereça a classificação de humano sem trabalho decente", disse o diretor-geral da OIT, Guy Ryder, em seu discurso de encerramento da reunião realizada em um hotel em Lima.

"A democracia só se fortalecerá se existirem melhores empregos para todos", afirmou o diretor da OIT enquanto fora do hotel a polícia impedia a passagem de centenas de funcionários públicos em greve que protestavam contra o governo peruano.

Na "Declaração de Lima", que resume os três dias de debates entre 490 delegados, a OIT defende o combate à desigualdade com "políticas públicas integradas, tanto econômicas como sociais, que promovam a inclusão social, o trabalho decente e o emprego produtivo, assim como um ambiente propício para empresas sustentáveis".

De acordo com os últimos dados da OIT, há 130 milhões de trabalhadores informais na região, o que representa quase 47% da população economicamente ativa.

Durante os debates, o diretor da OIT afirmou que "um obstáculo importante enfrentado pela região é a persistência da informalidade, vinculada à desigualdade e à baixa produtividade.


Ryder também disse que "o principal desafio da região é avançar ao desenvolvimento sustentável com crescimento e inclusão social".

A geração de emprego é outro dos desafios para a superação da desigualdade, porque a região "precisa criar mais de 43 milhões de empregos nos próximos dez anos" para aqueles que entrarão para o mercado de trabalho nesse período.

"Sem aceleração do crescimento econômico e geração de emprego, o desemprego pode aumentar", advertiu o diretor-geral da OIT em seu relatório geral aos delegados.

Durante a reunião, a OIT lançou a iniciativa regional para acelerar a erradicação do trabalho infantil até 2020. O acordo foi assinado por 25 países da América Latina e do Caribe.

De acordo com estimativas da OIT, na região há 12,5 milhões de crianças que trabalham, das quais a grande maioria, 9,5 milhões, desempenham trabalhos perigosos.

A reunião da OIT reuniu ministros do Trabalho e outros delegados de governos de América Latina, Caribe, Canadá e Estados Unidos, além de representantes de organizações empresariais e sindicais.

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