postado em 18/10/2014 08:00
Criado no mês passado, o fundo da Organização das Nações Unidas (ONU) para combater a epidemia do ebola na África Ocidental ainda não atingiu a dimensão proporcional aos estragos causados pela doença. A estimativa era arrecadar US$ 1 bilhão. Foram prometidos US$ 20 milhões, sendo que apenas US$ 100 mil chegaram, enviados pela Colômbia. ;Dezenas de países expressam solidariedade, mas temos que transformar as promessas em atos. Precisamos de mais médicos, enfermeiros, materiais, centros de tratamento;, disse, ontem, o secretário- geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon. Segundo ele, é hora de os países ;que realmente têm capacidade; de fornecer apoio logístico e financeiro se movimentarem.Outras agência da ONU e organizações de ajuda receberam US$ 377 milhões, dos US$ 988 milhões solicitados. Os principais doadores são o Banco Mundial (105 milhões), os Estados Unidos (90 milhões), o Banco Africano de Desenvolvimento (45 milhões) e doadores privados (34 milhões). Antecessor de Ban, Kofi Annan criticou a lentidão da resposta dos países ricos à epidemia na África. ;Se essa crise tivesse atingido outra região, a gestão provavelmente teria ocorrido de maneira muito diferente.;
Em resposta, a Comunidade da África do Leste (composta por Quênia, Uganda, Ruanda, Tanzânia e Burundi) anunciou o envio de mais 600 profissionais de saúde, entre eles 41 médicos, à área afetada pelo vírus. O presidente dos EUA, Barack Obama, nomeou o advogado Ron Klain para coordenar a resposta americana à epidemia. Segundo um funcionário da Casa Branca ouvido pela agência France-Presse, Klain garantirá que ;os esforços para proteger o povo americano, com foco na detecção, no isolamento e no tratamento dos pacientes com ebola no país, sejam devidamente integrados e não representem uma distração do forte compromisso de parar o vírus em seu local de origem.;
O Brasil, também ontem, anunciou uma ajuda humanitária de R$ 13,5 milhões em alimentos para os três países mais afetados pela epidemia ; Guiné, Serra Leoa e Libéria. O Ministério da Saúde enviará mais 10 kits de medicamentos e insumos, suficientes para atender cerca de 5 mil pessoas por três meses. O país mandou anteriormente cinco 14 kits, divididos entre as mesmas nações, e doou R$ 1 milhão à OMS. ;Precisamos ajudar esses países a se estruturar para que possam superar não só a epidemia, mas também o colapso econômico que vivem;, afirmou o ministro Arthur Chioro.
Segundo o último levantamento da OMS, a epidemia matou, desde dezembro, 4.555 pessoas, dos 9.216 casos registrados em sete países ; Libéria, Serra Leoa, Guiné, Nigéria, Senegal, Espanha e Estados Unidos. Os preços de alimentos subiram em média 24% nos três países africanos mais atingidos, forçando algumas famílias a realizar apenas uma refeição por dia, de acordo o Programa Mundial de Alimentos, das Nações Unidas. Em um comunicado, a OMS oficializou que o Senegal deixou de ser um país afetado pela epidemia. O único caso no país foi confirmado em 29 de agosto. O paciente foi curado e recebeu alta.