Agência France-Presse
postado em 18/10/2014 10:36
Cidade do Vaticano - O sínodo reunido no Vaticano enviou neste sábado uma mensagem às "famílias" do mundo inteiro, denunciando as "inúmeras crises matrimoniais" e "eventos dramáticos" que elas sofreram, e ressaltando o valor do "amor conjugal único e indissolúvel", sem mencionar diretamente os relacionamentos extraconjugais.
Reunidos neste sábado em sessão final, após duas semanas movimentadas, os participantes aprovaram por ampla maioria este primeiro texto com 158 votos favoráveis de 174 no total.
Eles devem votar mais tarde por maioria de dois terços o relatório final, o "relatio synodi". "Ele será aprovado", disseram confiantes vários cardeais, consultados durante uma entrevista coletiva à imprensa.
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Reunidos neste sábado em sessão final, após duas semanas movimentadas, os participantes aprovaram por ampla maioria este primeiro texto com 158 votos favoráveis de 174 no total.
Eles devem votar mais tarde por maioria de dois terços o relatório final, o "relatio synodi". "Ele será aprovado", disseram confiantes vários cardeais, consultados durante uma entrevista coletiva à imprensa.
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Nesta "mensagem" de três páginas, não foi feita menção alguma à abordagem da Igreja sobre vários temas espinhosos relacionados à família (uniões estáveis, homossexuais,...), que dividem os participantes. "Nós refletimos sobre o acompanhamento pastoral e a questão do acesso aos sacramentos das pessoas divorciadas que voltaram a se casar", indica a mensagem.
Redigido em um estilo simples, o texto refere-se "ao consolo e à exortação, à sombra e às luzes", resumiu o cardeal Gianfranco Ravasi, presidente da Comissão para a Mensagem. Várias questões deixam claro o recuo do Papa diante das divisões entre os participantes do sínodo. "O silêncio do Papa é a característica" do início de um trabalho sinodal, respondeu o cardeal italiano, insistindo na liberdade dos debates.
A "mensagem" destaca o "grande desafio da fidelidade no amor conjugal", provocado "pelo enfraquecimento da fé e dos valores, pelo individualismo, pelo empobrecimento das relações, pelo estresse que impede a reflexão". "Vemos inúmeras crises matrimoniais, enfrentadas de maneira rápida, sem a coragem da paciência, da reflexão, do perdão mútuo, da reconciliação e até do sacrifício". "O amor conjugal, único e indissolúvel, persiste, apesar das inúmeras dificuldades: é um dos mais belos milagres, mesmo que seja o mais comum", afirmam os religiosos na mensagem, ressaltando o apoio que a família estável busca para seus membros em dificuldade.
Uma imagem é usada como símbolo do lar familiar, "a luz que brilha durante a noite por trás das janelas das residências modestas das periferias ou dos barracos". Refletindo a postura do papa Francisco, a mensagem condena "o fetichismo do dinheiro" e menciona "as famílias pobres que se amontoam em um barco ou emigram pelos desertos", "as mulheres submetidas à exploração", "as crianças e as jovens vítimas de abusos" em suas próprias casas.
Em uma oração final, os bispos fazem referência ao direito a uma "casa para se viver em paz" e a um trabalho para "poder ganhar o pão com as próprias mãos".