Agência France-Presse
postado em 18/10/2014 12:36
Kano - Entre a incerteza e a cautela, familiares das mais de 200 jovens estudantes sequestradas esperam neste sábado uma possível libertação, depois de a Nigéria ter anunciado na sexta-feira um acordo com o grupo extremista Boko Haram, autor do sequestro que comoveu o mundo. Autoridades do governo e militares nigerianos confirmaram um cessar-fogo com o grupo, que atua no norte do país.
O acordo incluiria a libertação das 219 jovens, sequestradas em abril, em uma ação que desencadeou uma campanha mundial (#BringBackOurGirls, Devolvam nossas meninas) que reuniu personalidades como a primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, e a jovem prêmio Nobel da Paz, Malala Yousafzai, entre outras. "Aceitaram libertar as meninas de Chibok", localidade do nordeste do país onde ficava a escola atacada, afirmou o secretário da Presidência nigeriana, Hasan Tukur.
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"Chibok recuperou o sorriso, com o povo pulando de alegria enquanto a rádio dava a notícia", disse à AFP Enoch Mark, pai de uma das meninas e tio de outras duas que estão entre as sequestradas. Mas a conclusão do acordo ainda precisa ser confirmada pelo líder do Boko Haram, Abubakar Shekau. Caso seja concluído, chegará ao fim um pesadelo que já dura seis meses. "Espero que a gente não se decepcione, porque temos algumas dúvidas", afirma Mark.
Chade confirma
O Chade, país que tem atuado como mediador no caso, confirmou neste sábado que o cessar-fogo assinado prevê a libertação das estudantes. Segundo um comunicado do Ministério chadiano das Relações Exteriores, as negociações entre o grupo radical e o governo nigeriano preveem "a libertação dessas jovens sequestradas em Chibok pelo Boko Haram". Em troca, o governo libertará "alguns militantes do grupo que estão em prisões nigerianas".
"A forma como essas libertações serão feitas serão discutidas entre as duas partes e a mediação chadiana", conclui o comunicado, sem fornecer maiores detalhes. O porta-voz dos serviços de segurança da Nigéria chegou a afirmar na sexta-feira que não havia acordo algum sobre a libertação das adolescentes. "Este aspecto não está fechado, mas estamos cada vez mais perto", havia declarado o responsável pelo Centro Nacional de Inteligência, Mike Omeri. As autoridades dos Estados Unidos também não confirmaram a conclusão de um acordo.
[SAIBAMAIS] O governo e o Exército da Nigéria já anunciaram em diversas ocasiões o fim da insurreição armada, que nos últimos cinco anos deixou mais 10.000 mortos no país, assim como a libertação iminente das adolescentes. Esses anúncios foram feitos em meio à expectativa em torno da apresentação da candidatura à reeleição do presidente nigeriano, Goodluck Jonathan. Uma boa notícia sobre o destino das jovens sequestradas daria grande impulso político a Jonathan.
Por outro lado, muitos analistas duvidam da credibilidade de Danladi Ahmadu, o homem que -segundo o secretário da Presidência nigeriana-, representou o Boko Haram nas negociações, e acreditam que, caso existisse a possibilidade de um cessar-fogo, o líder dos insurgentes, Abubakar Shekau, teria anunciado.
Danladi Ahmadu se pronunciou sexta-feira em uma rádio do país, dizendo ser um dos chefes do grupo. No entanto, suas explicações sobre o estado das negociações foram vagas. Além disso, ele não mencionou as meninas sequestradas e afirmou que nunca havia se reunido com Shekau.
O acordo incluiria a libertação das 219 jovens, sequestradas em abril, em uma ação que desencadeou uma campanha mundial (#BringBackOurGirls, Devolvam nossas meninas) que reuniu personalidades como a primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, e a jovem prêmio Nobel da Paz, Malala Yousafzai, entre outras. "Aceitaram libertar as meninas de Chibok", localidade do nordeste do país onde ficava a escola atacada, afirmou o secretário da Presidência nigeriana, Hasan Tukur.
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"Chibok recuperou o sorriso, com o povo pulando de alegria enquanto a rádio dava a notícia", disse à AFP Enoch Mark, pai de uma das meninas e tio de outras duas que estão entre as sequestradas. Mas a conclusão do acordo ainda precisa ser confirmada pelo líder do Boko Haram, Abubakar Shekau. Caso seja concluído, chegará ao fim um pesadelo que já dura seis meses. "Espero que a gente não se decepcione, porque temos algumas dúvidas", afirma Mark.
Chade confirma
O Chade, país que tem atuado como mediador no caso, confirmou neste sábado que o cessar-fogo assinado prevê a libertação das estudantes. Segundo um comunicado do Ministério chadiano das Relações Exteriores, as negociações entre o grupo radical e o governo nigeriano preveem "a libertação dessas jovens sequestradas em Chibok pelo Boko Haram". Em troca, o governo libertará "alguns militantes do grupo que estão em prisões nigerianas".
"A forma como essas libertações serão feitas serão discutidas entre as duas partes e a mediação chadiana", conclui o comunicado, sem fornecer maiores detalhes. O porta-voz dos serviços de segurança da Nigéria chegou a afirmar na sexta-feira que não havia acordo algum sobre a libertação das adolescentes. "Este aspecto não está fechado, mas estamos cada vez mais perto", havia declarado o responsável pelo Centro Nacional de Inteligência, Mike Omeri. As autoridades dos Estados Unidos também não confirmaram a conclusão de um acordo.
[SAIBAMAIS] O governo e o Exército da Nigéria já anunciaram em diversas ocasiões o fim da insurreição armada, que nos últimos cinco anos deixou mais 10.000 mortos no país, assim como a libertação iminente das adolescentes. Esses anúncios foram feitos em meio à expectativa em torno da apresentação da candidatura à reeleição do presidente nigeriano, Goodluck Jonathan. Uma boa notícia sobre o destino das jovens sequestradas daria grande impulso político a Jonathan.
Por outro lado, muitos analistas duvidam da credibilidade de Danladi Ahmadu, o homem que -segundo o secretário da Presidência nigeriana-, representou o Boko Haram nas negociações, e acreditam que, caso existisse a possibilidade de um cessar-fogo, o líder dos insurgentes, Abubakar Shekau, teria anunciado.
Danladi Ahmadu se pronunciou sexta-feira em uma rádio do país, dizendo ser um dos chefes do grupo. No entanto, suas explicações sobre o estado das negociações foram vagas. Além disso, ele não mencionou as meninas sequestradas e afirmou que nunca havia se reunido com Shekau.