Agência France-Presse
postado em 18/10/2014 20:09
Mursitpinar - Forças curdas repeliram neste sábado, em Kobane, uma nova ação do grupo Estado Islâmico (EI), que busca isolar a cidade curdo-síria, localizada na fronteira com a Turquia. Já no Iraque, o Exército tentava ganhar terreno frente aos jihadistas.A coalizão internacional, liderada pelos Estados Unidos, realizou 25 ataques aéreos em 48 horas contra posições do grupo jihadista perto de Kobane, e contra a infraestrutura sob seu controle. Embora os americanos tenham apontado sinais animadores em Kobane, onde o EI freou seu avanço, Washington assinalou que os bombardeios podem não impedir a queda da cidade, e reiterou que sua prioridade é o Iraque.
Um total de 26 obuses disparados pelo EI caíram em bairros do norte de Kobane, perto da fronteira, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), com sede na Grã-Bretanha. Apesar dos ataques dos jihadistas, as Unidades de Proteção do Povo (YPG), principal milícia curdo-síria, conseguiram repelir a invasão do EI lançada do leste para alcançar o posto fronteiriço, declarou o representante curdo Idris Nasen.
A cidade de Kobane, que se tornou um símbolo da resistência ao EI, encontrava-se cercada pelos jihadistas no sul, leste e oeste. Diante da resistência das forças curdas e dos bombardeios da coalizão - mais de 100 desde o fim de setembro -, o EI enviou "reforços de homens, munição e equipamentos" a Kobane a partir das províncias de Aleppo e Raqa, redutos dos jihadistas no norte da Síria, segundo o OSDH.
Espanha vai treinar tropas no Iraque
Em visita a Washington, o ministro espanhol da Defesa, Pedro Morenés, disse que a Espanha começará a treinar tropas iraquianas no fim do ano para a luta contra o EI, mas descartou uma participação na ofensiva na Síria. Morenés disse que irá solicitar ao Congresso de seu país a aprovação para enviar 300 militares espanhóis ao Iraque para o treinamento de tropas em operações especiais, desativação de minas e manejo de explosivos.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas exortou a comunidade internacional a intensificar seu apoio ao governo iraquiano, que anunciou seus novos ministros da Defesa e do Interior neste sábado, após semanas de discussões. O Parlamento aprovou as nomeações de Khaled al-Obaidi, do bloco sunita Itihad al-Quwa al-Wataniyah, para a Defesa, e de Mohammed al-Ghabban, do bloco xiita Badr, para o Interior.
As nomeações eram aguardadas, após quatro meses de uma ofensiva jihadista que mergulhou ainda mais o país no caos e evidenciou as deficiências das forças iraquianas, incapazes de impedir o avanço do grupo ultra-radical na primeiras semanas. "Hoje, demos um passo muito positivo no Iraque", comemorou o secretário de Estado americano, John Kerry, para quem estes postos eram cruciais na ofensiva contra os jihadistas.