Agência France-Presse
postado em 19/10/2014 15:37
Hong Kong - O movimento pró-democracia acusou neste domingo a polícia de uso excessivo da força após uma noite de violentos confrontos em Hong Kong. Um ministro advertiu que as manifestações, que chegam à sua quarta semana, chegaram a um ponto "crítico". Dezenas de policiais reprimiram na madrugada deste domingo um grupo de manifestantes em Mongkok, um dos três lugares ocupados no território semiautônomo sob soberania chinesa desde 1997.

Os policiais anti-distúrbios atacaram os manifestantes com cassetetes. Alguns foram retirados do local em macas enquanto outros eram atendidos com ferimentos na cabeça e fraturas, segundo jornalistas da AFP e fontes médicas no local. A polícia e os manifestantes apresentaram diferentes versões sobre as causas dos violentos enfrentamentos ocorridos no populoso bairro, na parte continental de Hong Kong.
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A polícia disse que agia para liberar a circulação de uma importante avenida da cidade quando manifestantes tentaram forçar as barreiras de contenção. Em comunicado, a instituição afirmou que os policiais "agiram, usando um mínimo de força para dispersá-los (os manifestantes) com o objetivo de evitar que a situação piorasse". Os manifestantes, por outro lado, explicaram à AFP que não fizeram nada para provocar os policiais, que os atacaram quando eles abriram seus guarda-chuvas, símbolo da mobilização por mais democracia. "Eles nos atacaram sem motivo", contou Jackie, de 30 anos. "Fui agredido quatro ou cinco vezes com o cassetete. Fiquei com a cabeça toda ensanguentada e recebi atendimento médico".
Vinte feridos
O governo local declarou que 20 pessoas ficaram feridas, sem dizer se foram policiais ou manifestantes, e nem se todas elas foram feridas em Mongkok. A mobilização pró-democracia ganhou força no dia 28 de setembro, quando os manifestantes foram atacados com bombas de gás lacrimogêneo e dezenas de milhares de pessoas tomaram as ruas. Mas o número de manifestantes tem caído significativamente. Apesar disso, ainda conseguem ocupar três pontos importantes de Hong Kong e causar transtornos no centro financeiro internacional. Nos últimos dias, a polícia tem tentado liberar as vias de circulação nesses pontos. Os policiais tiveram êxito em Causeway Bay, bairro comercial apreciado pelos chineses, e em Admiralty, próximo à sede do governo local. Os manifestantes, contudo, recuperaram o terreno em Mongkok.
O ministro da economia John Tsang afirmou em seu blog oficial que a campanha pró-democracia chegou a um "ponto crítico" e pediu que os movimentos estudantis "tomem boas decisões", mesmo que "não seja fácil", e "se retirem". Confrontos violentos marcaram as quatro últimas noites, e o governo se propôs receber na próxima terça-feira os estudantes, considerados a alma do movimento. Os manifestantes pedem a renúncia do chefe do executivo local, Leung Chun-ying, e a instauração de um verdadeiro sufrágio universal no território, que atravessa sua maior crise política desde que foi devolvido à China, em 1997.
Pequim aceitou o princípio do sufrágio universal para a eleição do próximo chefe do executivo de Hong Kong em 2017, mas quer conservar o controle das candidaturas, o que para os manifestantes é inaceitável.
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Os policiais anti-distúrbios atacaram os manifestantes com cassetetes. Alguns foram retirados do local em macas enquanto outros eram atendidos com ferimentos na cabeça e fraturas, segundo jornalistas da AFP e fontes médicas no local. A polícia e os manifestantes apresentaram diferentes versões sobre as causas dos violentos enfrentamentos ocorridos no populoso bairro, na parte continental de Hong Kong.
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A polícia disse que agia para liberar a circulação de uma importante avenida da cidade quando manifestantes tentaram forçar as barreiras de contenção. Em comunicado, a instituição afirmou que os policiais "agiram, usando um mínimo de força para dispersá-los (os manifestantes) com o objetivo de evitar que a situação piorasse". Os manifestantes, por outro lado, explicaram à AFP que não fizeram nada para provocar os policiais, que os atacaram quando eles abriram seus guarda-chuvas, símbolo da mobilização por mais democracia. "Eles nos atacaram sem motivo", contou Jackie, de 30 anos. "Fui agredido quatro ou cinco vezes com o cassetete. Fiquei com a cabeça toda ensanguentada e recebi atendimento médico".
Vinte feridos
O governo local declarou que 20 pessoas ficaram feridas, sem dizer se foram policiais ou manifestantes, e nem se todas elas foram feridas em Mongkok. A mobilização pró-democracia ganhou força no dia 28 de setembro, quando os manifestantes foram atacados com bombas de gás lacrimogêneo e dezenas de milhares de pessoas tomaram as ruas. Mas o número de manifestantes tem caído significativamente. Apesar disso, ainda conseguem ocupar três pontos importantes de Hong Kong e causar transtornos no centro financeiro internacional. Nos últimos dias, a polícia tem tentado liberar as vias de circulação nesses pontos. Os policiais tiveram êxito em Causeway Bay, bairro comercial apreciado pelos chineses, e em Admiralty, próximo à sede do governo local. Os manifestantes, contudo, recuperaram o terreno em Mongkok.
O ministro da economia John Tsang afirmou em seu blog oficial que a campanha pró-democracia chegou a um "ponto crítico" e pediu que os movimentos estudantis "tomem boas decisões", mesmo que "não seja fácil", e "se retirem". Confrontos violentos marcaram as quatro últimas noites, e o governo se propôs receber na próxima terça-feira os estudantes, considerados a alma do movimento. Os manifestantes pedem a renúncia do chefe do executivo local, Leung Chun-ying, e a instauração de um verdadeiro sufrágio universal no território, que atravessa sua maior crise política desde que foi devolvido à China, em 1997.
Pequim aceitou o princípio do sufrágio universal para a eleição do próximo chefe do executivo de Hong Kong em 2017, mas quer conservar o controle das candidaturas, o que para os manifestantes é inaceitável.