A política de promoção das mulheres japonesas, adotada pelo premiê Shinzo Abe, sofreu ontem um duplo golpe com a renúncia de duas ministras. À frente da pasta da Economia, do Comércio e da Indústra, Yuko Obuchi se curvou diante dos microfones e, com a voz embargada, anunciou a saída do governo. ;Como ministra, é imperdoável que meus problemas pessoais tenham estagnado as políticas econômicas e energéticas. Eu renuncio aqui e gostaria de colocar todos os meus esforços na reconquista da confiança de todos ao investigar essas dúvidas;, declarou.
Aos 40 anos, ela é acusada de irregularidades no uso de recursos públicos. Entre 2007 e 2012, ela teria gastado mais de 10 milhões de ienes (US$ 93 mil) em produtos de beleza. Também teria presenteado eleitores com ingressos de teatro que custaram o equivalente a US$ 240 mil. Sobre Midori Matsushima, 58 anos, titular da pasta da Justiça, pesam denúncias de distribuição de leques com sua foto. ;Eu sinto que minhas recentes palavras e ações tenham causado estagnação política e administrativa;, lamentou.
Abe não escondeu o constrangimento e assumiu a culpa. ;Eu as escolhi e, na condição de primeiro-ministro, aceito a responsabilidade. Peço profundas desculpas ao povo da nação;, afirmou o chefe de governo, que tinha estabelecido como meta preencher 30% dos cargos de liderança no setor público e privado com mulheres até 2020, em uma estratégia conhecida como ;womenomics;. O premiê tinha nomeado cinco mulheres no início de setembro, na primeira reforma ministerial desde que retornou ao poder, no fim de 2012. Até ontem, era o governo com maior presença feminina na história do país.
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