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Transplante: médicos australianos "ressuscitam" corações sem batimento

A nova técnica consiste em transferir o coração do doador a uma máquina portátil, na qual o órgão é mantido em uma solução de conservação, ressuscitado e permanece aquecido até o transplante

Agência France-Presse
postado em 24/10/2014 09:17
Sydney - Médicos do Hospital Saint Vincent;s de Sydney anunciaram nesta sexta-feira que conseguiram transplantar corações que haviam deixado de bater, um avanço que pode revolucionar o mundo da doação de órgãos.

Até agora, os médicos utilizavam apenas corações que permaneciam com batimentos, procedentes de doadores com morte cerebral, mas cirurgiões do Hospital Saint Vicent;s conseguiram desenvolver uma técnica para "ressuscitar" órgãos que estavam parados por até 20 minutos.

"Sabíamos que durante um certo tempo o coração pode ser reanimado, assim como outros órgãos, e agora tivemos a capacidade de reanimá-lo com uma máquina para depois realizar o transplante", explicou à AFP o cirurgião Kumud Dhital, professor associado da Universidade de New South Wales de Sydney.

A nova técnica consiste em transferir o coração do doador a uma máquina portátil, na qual o órgão é mantido em uma solução de conservação, ressuscitado e permanece aquecido até o transplante.

O diretor médico da unidade de transplantes de coração do Saint Vicent;s, Peter MacDonald, explicou que "o uso de corações doados após a morte circulatória do paciente aumentará consideravelmente a disponibilidade destes órgãos para a realização de transplantes. "É um grande avanço para reduzir a escassez de órgãos doados", completou.

Até o momento, três pessoas receberam este tipo de transplante. Duas se recuperam com normalidade e uma permanece na unidade de terapia intensiva.

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Michelle Gribilas e Jan Damen, os dois primeiros pacientes submetidos à nova técnica, estão satisfeitos com o resultado. "Agora eu sou uma pessoa completamente diferente. Eu sinto que tenho 40 anos. Tenho muita sorte", disse Michelle, de 57 anos.

Dhital se mostrou otimista a respeito da técnica. "Eu me atreveria a dizer que nos próximos cinco anos veremos mais e mais transplantes com o novo método", afirmou.

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